Fonte: Dw-World-
Theo Zwanziger, presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), recebe o Prêmio Leo Baeck do Conselho Central dos Judeus na Alemanha por sua atuação contra xenofobia, discriminação e extremismo de direita no futebol.
A premiação desta quarta-feira (04/11) não será a primeira recebida pelo presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB). No entanto, o Prêmio Leo Baeck tem para Theo Zwanziger um significado especial. “É preciso dizer que fiquei imensamente surpreso quando soube que fui escolhido. Um prêmio de tamanho destaque, associado a uma personalidade tão magnífica, fez com que eu me perguntasse seriamente, se eu realmente o mereço”, declarou Zwanziger.
Segundo o Conselho Central dos Judeus, os motivos para a escolha do presidente da DFB são sua capacidade de se posicionar contra comportamentos misantrópicos, tanto dentro quanto fora do futebol, bem como de encorajar as pessoas a se empenharem neste sentido.
“É uma grande honra para mim, como representante de todos no nosso futebol que se posicionam claramente contra qualquer tipo de discriminação e sempre o farão”, afirmou Zwanziger.
Veneno à espreita
O Prêmio Leo Baeck é concedido desde 1957, já tendo sido outorgado aos ex-presidentes alemães Richard von Weizsäcker e Roman Herzog, bem como à atual premiê alemã Angela Merkel. Os escolhidos são personalidades que se destacaram de alguma forma em prol da comunidade judaica.
Zwanziger, presidente da Federação Alemã de Futebol desde 2004, vem se empenhando principalmente contra tendências racistas no futebol do país. “O racismo é um veneno que vive à espreita e volta e meia aparece entre as pessoas. E sempre tem quem o fomente”, observa Zwanziger. No combate a discriminação, xenofobia e extremismo de direita, o jurista de 64 anos assume a responsabilidade social da DFB.
“Se você se cala, fecha os olhos e deixa as coisas correrem, estará logo de volta a um caminho que já terminou de forma tão terrível na Alemanha. Precisamos continuar a disseminar essa mensagem entre as pessoas. Uma confederação com mais de seis milhões de filiados deve ter consciência de que, em suas fileiras, há também pessoas que pensam de outra forma”, declara Zwanziger.
Espelho da sociedade
Problemas, contudo, existem em todos os setores da sociedade, acredita ele. “Não existe racismo somente no futebol, mas também nas escolas, em outras instituições, nas ruas, em protestos ou onde quer que seja”, diz o presidente da DFB, lembrando que o futebol tem um papel precursor na luta contra o racismo.
“Exatamente porque o futebol é tão forte, tão popular e tão interessante, há várias camadas da população nele atuantes. Aí está também sua força. No futebol, temos, de fato, um espelho de toda a sociedade”, conclui Zwanziger.