Alinne Prado e Nayara Justino celebram o dia da mulher negra latino-americana

Rio – As mulheres negras latino-americanas e caribenhas têm um dia para chamar de seu: 25 de julho. Desde o início dos anos 90, a data entrou na agenda pela urgência da sociedade pensar a memória e as necessidades dessas mulheres, historicamente negligenciadas. “A mulher negra tem um histórico de lutas que começa na busca pela sua liberdade enquanto ainda havia a escravização de pessoas e, passado este momento, pela garantia de direitos e cidadania”, esclarece a historiadora Jaciana Melquiades.

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Alinne veste cropped Snipper transparente R$ 70; Saia de acervo pessoal e brinco afrotik preto e branco R$ 30 (Foto: Luis Gomes)

Para representar essas mulheres, convidamos a jornalista e apresentadora do ‘Vídeo Show’ Alinne Prado, e a atriz e modelo Nayara Justino, ex-Globeleza. Elas posaram com roupas confeccionadas pelo ‘Coletivo Odarah Produção Cultural Afirmativa’. O projeto tem como objetivo o fomento e valorização da atuação de afro-empreendedores no mercado da moda, arte, educação e cultura.

“Adorei fazer. Já havia entrevistado a Nayara para o ‘Vídeo Show’. Celebrar esse dia não é só uma questão de militância. É um dia de evidenciar as conquistas, de empoderamento para a mulher negra, para todas as mulheres”, declara Alinne.

Na Pedra do Sal, na Saúde, local de chegada de muitos negros africanos, onde se encontra a Comunidade Remanescentes de Quilombos da Pedra do Sal, casa de Tia Ciata e berço do samba, Nayara Justino e Alinne Prado se integram ao novo sem esquecer o passado.

Nayara, que é modelo desde os 6 anos e estreou como atriz na novela ‘Escrava Mãe’, da Record, defende a necessidade de conscientização e engajamento. “O preconceito se deve à toda uma história contada desde a escola. Não evidenciam o quanto os negros foram tirados à força do seu ambiente. Não contam que lá também têm reis e rainhas. Muito do preconceito que a gente vive é cultural. É uma sociedade. Racismo é da conta de todo mundo”, ressalta a atriz, que confessa adorar moda.

“Curto, me interesso, mas meu estilo sempre vai passar pelo conforto. Adoro salto e não dispenso as havaianas”, brinca Nayara.

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Nayara com vestido geometria; chemise R$148; brinco R$40 (par) anel R$ 35 (Foto: Luis Gomes)

Uma das propostas do ‘Odarah’ é ressignificar a moda negra. “Precisamos sair um pouco do senso comum, dessa moda afro-caricata. Atrelada a estampas de animal print. Geralmente uma moda com pouco requinte e pouca excelência na execução”, declara Fabiola Oliveira, educadora e produtora executiva do ‘Odarah’. Ela ainda realça: “São empreendedores que entendem o valor da arte final, do acabamento, e sobretudo, que a sua ancestralidade pode estar conectada às suas peças, mas também às tendências. Isso deixa a marca competitiva no mercado”.

Algumas marcas da ‘Odarh’

VbAtelier: alfaiataria e acessórios com estampas africanas.

Ttrappo: slow Fashion e Upcycling. Peças inspiradas em moda brechó.

Gue: conceito genderless (sem gênero). Inspiração soul e hip-hop.

Snipper: moda urbana.

Afrotik: peças de papelão revestidas de tecidos.

Produção do ensaio: Odarah Produção Cultural Afirmativa Moda e Make: Sylvia Victoriano Fotografia: Luis Gomes Assistente fotografia: Raphael Cruz Locação: Casa da Juventude, Pedra do Sal, Morro da Conceição Modelos: Nayara Justino e Alinne Prado Marcas: O Gue, VB Atelier, Ttrappo, Snipper, Colares D’Odarah (acessório) e Afrotik (acessórios) Contato:https://www.facebook.com/odarahproducao

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