Alunas cotistas denunciam professora da UFPR por racismo

Duas alunas do segundo ano do curso de pedagogia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, denunciaram uma professora do mesmo curso por racismo, na quinta-feira (3). Elas registraram um boletim de ocorrência (B.O) no 1º Distrito Policial (DP) e alegaram injúria discriminatória, segundo o delegado Vinícius Borges Martins.

“Elas prestaram depoimento e contaram que a ofensa ocorreu no dia 11 de abril durante o intervalo de uma das aulas. Segundo as jovens, a professora passou e disse a frase: “Duas macaquinhas comendo banana”, enquanto as alunas lanchavam dentro da sala de aula”, contou o delegado, em entrevista o G1, na manhã desta sexta-feira (4).

 

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Boletim de ocorrência 

 

Segundo a UFPR, no dia 20 de abril, em uma reunião entre as alunas, a professora e representantes do setor de Educação e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), a professora pediu desculpas a afirmou que foi um “comentário infeliz”.

“Eu estranhei porque nós não temos nenhuma intimidade com ela. Estávamos comendo e de repente ela chegou e disse: “Que bonitinho, duas macaquinhas comendo banana”. Nós ficamos sem reação, até porque não estávamos sozinhas na sala”, comentou uma das ofendidas, que preferiu não se identificar.

A estudante disse ainda que depois do comentário da professora, ela chegou a comentar com uma aluna que tinha esquecido um texto, foi quando a professora soltou outra frase. “Ela falou: “O texto você esquece, mas a bananinha não né?”, relatou.

O advogado das alunas André Nunes da Silva disse que o que a professora disse configura crime racial, e que por isso, as alunas pretendem processá-la. “Elas disseram que ficaram em uma situação muito constrangedora e que acima de tudo, não conseguiram admitir o desrespeito”.

A diretora do setor de educação da UFPR Andreia Caldas disse que a professora acusada não teve a intenção de ofender as alunas e que achou que após o pedido de desculpas, a situação já havia sido finalizada. “Quando nós fomos noticiados da situação ocorrida na sala de aula, buscamos rapidamente tentar resolver através do diálogo. Nos comprometemos inclusive a fazer mais debates na universidade sobre racismo, achei que a história tinha encerrado”.

 

 

Fonte: G1

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