Um dos jovens que espancou o colega de escola Lucas Salvattore (foto), 18 anos, deve ser transferido de escola. A informação foi confirmada à reportagem pela Secretaria Estadual de Educação. Ele (que não teve a idade e nome divulgados) e mais quatro jovens agrediram com pauladas na cabeça a vítima na saída da Estadual Professora Lourdes Maria Camargo, em São José dos Campos (SP), na noite do último dia 22 de fevereiro. Lucas contou que a causa da violência contra ele foi pelo fato de ser gay. Segundo a secretaria, os outros agressores não fazem parte da rede pública de ensino.
Por Felipe Martins Do Portal Fórum
Em relato no Facebook, Lucas diz que já era alvo de homofobia por parte do colega de escola. Ao levar o caso à direção, a instrituição mudou o jovem alvo de insultos de sala. A medida, no entanto, foi insuficiente. Lucas afirma que o garoto chegou a ameaçá-lo de morte. O rapaz contou jamais esperar que a intimidação chegasse às vias de fato.
“Ele já tinha dito que iria me matar”, contou Lucas no Facebook. “Eu agradeço a Deus por estar vivo nesse momento. Até onde irá o preconceito, a homofobia? Até quando o gay, a lésbica, travesti e transexuais serão tachados como bichos, como uma abominação?”, indagou.
As agressões cometidas pelos cinco jovens somente cessaram quando Lucas ficou desacordado. Ele foi ajudado por moradores da região. Levado a uma Upa por um amigo, o jovem precisou levar sete pontos no rosto. Ao tomar ciência do caso, a direção da escola suspendeu o agressor. Na rede pública de ensino, um aluno não pode ser expulso de uma instituição, mas o Conselho Regional de Educação (CRE) pode determinar a transferência para a unidade mais próxima.
Lucas postou no Facebook fotos depois das agressões para denunciar os autores. Alunos agressores foram suspensos depois da repercussão do caso.
Depois que o caso veio a público, Lucas vem recebendo uma onda de solidariedade com centenas de mensagens de apoio. Até o fechamento desta reportagem, mais de 23 mil pessoas haviam curtido a mensagem do rapaz na rede social.
“Deus nunca irá me deixar de lado por eu ser gay. Ser gay é vencer barreiras e mostrar ao mundo que somos dignos de honra e de respeito”, concluiu o estudante.
Entenda o caso: Agredido por 5 garotos homofóbicos estudante publicou um relato chocante