Alunos de faculdade de SP usam roupa da Ku Klux Klan para receber calouros

A página “Rede de proteção às vítimas de violências nas universidades” divulgou fotos da festa

Do  Correio 24 Horas 

Calouros de medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu foram recebidos em uma festa por veteranos que usavam roupas similares à da Ku Klux Klan, seita dos EUA que pregava a supremacia dos brancos.  O caso foi registrado na festa “Batizado da Medicina” no dia 5 de março e denunciada esta semana pelo Facebook.

A página “Rede de proteção às vítimas de violências nas universidades” divulgou fotos da festa. “A KKK é exemplo de ódio, de eugenia, intolerância e morte. O que pensar de médicos que se predispõe a emular coisas que existiram de pior na história da humanidade?”, questiona o texto publicado na página.

Os alunos da 48º turma de medicina, responsáveis pela festa, afirmaram em nota que o evento acontece anualmente e que o 6º ano vigente é responsável por criar uma fantasia que dê festividade um “caráter misterioso”. “No caso referente a nossa turma, o tema da fantasia escolhido foi de “Carrasco”, utilizando roupas pretas e máscaras. As fantasias foram utilizadas apenas para a entrada da turma, sendo que foram retiradas logo após a entrada, dando início a confraternização com os calouros no evento”, diz a nota.

Festa de estudantes da Unesp, em Botucatu, é comparada com cerimônia da seita Ku Klux Klan  (Foto: Reprodução/Facebook)
Festa de estudantes da Unesp, em Botucatu, é comparada com cerimônia da seita Ku Klux Klan
(Foto: Reprodução/Facebook)

A Faculdade de Medicina da Unesp informou que vai instaurar uma comissão para apurar os fatos. “A Comissão responsável pela Apuração deverá levantar informações, confrontando sua veracidade, obtendo nomes, datas, horários, fiscalizando a existência de câmeras, fotos e requerendo providências que se façam necessárias e que possam resultar em provas substanciais”, diz a faculdade em nota.

Uma CPI na Assembleia Legislativa de São Paulo este ano ouviu depoimentos de estudantes, incluindo da Unesp, sobre abusos e agressões nas festas para calouros. Um relatório foi finalizado no início de março.

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