A Amnistia Internacional denunciou esta quarta-feira um tratamento racista da polícia espanhola ao realizar vistorias aleatórias de identidade nas ruas, segundo um relatório da organização de direitos humanos apresentado em Madrid.
O relatório, intitulado «Parar o racismo, não as pessoas: Perfis raciais e controlo da imigração em Espanha», pede que o governo deixe de ignorar uma realidade que já havia sido denunciada por colectivos sociais e que o Ministério do Interior tem negado.
«A polícia pode abordar pessoas que não parecem espanholas para comprovar sua identidade até quatro vezes diárias. Pode ocorrer a qualquer hora do dia ou da noite, em qualquer lugar ou situação», disse Izza Leghtas, da Amnistia Internacional em Espanha.
«Afecta pessoas estrangeiras e cidadãos espanhóis de minorias étnicas. Não apenas é discriminatória e ilegal, mas também alimenta os preconceitos, porque quem os presencia dá por certo que as vítimas participam em actividades ilícitas», acrescentou Leghtas.
A legislação espanhola permite que a polícia comprove a identidade de uma pessoa em vias ou espaços públicos quando existe preocupação em relação à segurança, como acontece quando se cometeu um crime numa região em particular.
No entanto, segundo a Amnistia, que segue esse tema desde 2009, os controlos são feitos de forma deliberada e habitual com estrangeiros sem que exista nenhum motivo
Fonte: Diário Digital