Angola – Nem só de pão vive a paz

A paz e o desenvolvimento estão intimamente ligados em África, mas, além disso, é preciso «um forte empenho cultural» para reforçar e consolidar a paz. A afirmação é de José Eduardo dos Santos, presidente de Angola.

 

Brasília – A paz e o desenvolvimento estão intimamente ligados em África, mas, além disso, é preciso «um forte empenho cultural» para reforçar e consolidar a paz. A afirmação de José Eduardo dos Santos mereceu a concordância unânime dos participantes do Fórum Pan-africano para uma Cultura de Paz, realizado em Luanda.

A valorização das culturas africanas, incluindo os mecanismos tradicionais de resolução de conflitos, foi defendida pelos participantes no fórum, como um meio para criar uma cultura de paz no continente. Eles recomendaram, por isso, que a história, as línguas e as culturas de África sejam colocadas no centro dos sistemas de ensino dos países africanos, desde o nível básico ao nível universitário.

Segundo a presidente da Associação das Mulheres Solidárias de África, Bineta Diop, «a cultura dos africanos assenta na paz, solidariedade e tolerância». Ela defendeu também o desenvolvimento sustentável, como um pressuposto da paz, criticando a cultura materialista e a ganância. Contudo, África é a região do mundo onde existem atualmente mais conflitos. Além disso, os líderes africanos são frequentemente acusados de corrupção, com ou sem razão.

O Fórum Pan-africano para uma Cultura de Paz foi organizado pela Unesco, a Comissão da União Africana e o Governo angolano. Durante três dias, efetuaram-se uma sessão plenária, três mesas redondas e três painéis, que abordaram temas como os fundamentos e recursos culturais para o estabelecimento de uma paz sustentável, a gestão dos recursos naturais, a formação de recursos humanos e os principais desafios da juventude angolana.

O antigo diretor-geral da Unesco, o espanhol Frederico Mayor Zaragoza, e o ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano estiveram em Luanda para participar no evento. Por outro lado, foram realizadas videoconferências pelo bispo sul-africano Desmond Tutu, o milionário e benemérito sudanês Mohamed “Mo” Ibrahim e o músico camaronês Manu Dibango.

 

Fonte: África21

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