Antes de Hillary: conheça cinco mulheres que disputaram a Presidência dos Estados Unidos

Hillary Clinton é 1ª a conseguir candidatura por um grande partido; Victoria Woodhull, 1ª mulher a disputar eleições gerais, em 1872, foi impedida de votar

Por Camila Alvarenga Do Opera Mundi

A ex-secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton se tornou nesta quarta-feira (08/06) a candidata à Presidência norte-americana pelo partido Democrata para as eleições deste ano. Hillary alcançou o número necessário de delegados para emplacar a nomeação da legenda, o que a torna também a primeira mulher a concorrer à Casa Branca por um dos dois grandes partidos do país.

Entretanto, outras mulheres já foram candidatas ao cargo por partidos menores. De Victoria Woodhull, candidata em 1872, a Jill Stein, que recebeu o maior número de votos já obtidos por uma mulher nas eleições presidenciais em 2012, conheça algumas delas:

victoriawoodhull

1. Victoria Woodhull

Quase meio século antes que as mulheres conquistassem o direito ao voto nos EUA (o que só aconteceu em 1920), a sufragista e anarquista Victoria Woodhull foi a primeira mulher a concorrer à Presidência norte-americana, em 1872, pelo partido dos Direitos Iguais.

O partido indicou Frederick Douglass, ex-escravo, abolicionista e escritor, como candidato a vice-presidente na chapa de Woodhull. Ele, porém, não respondeu à nomeação e não participou da campanha.

Dias antes da eleição, ela publicou em seu jornalWoodhull and Claflin’s Weekly um artigo relatando supostos casos extraconjugais do pastor Henry Ward Beecher e do corretor da Bolsa de Valores Luther Challis, figuras públicas proeminentes na época. Ela foi acusada de “enviar material obsceno pelo correio” – meio através do qual a revista era distribuída – e passou o dia do pleito, 5 de novembro, na prisão. De acordo com registros oficiais, ela não recebeu nenhum voto.

2. Charlene Mitchell

Charlene Mitchell foi a primeira mulher negra a concorrer à Presidência dos EUA. Candidata em 1968 pelo Partido Comunista, ao qual se juntou quando tinha 16 anos, Mitchell só pôde ser votada em dois dos 50 Estados do país por sua legenda ser muito pequena. Ela teve 1.100 votos.

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3. Lenora Fulani

A psicóloga e psicoterapeuta Lenora Fulani foi a primeira mulher e primeira pessoa norte-americana negra a poder ser votada em todos os Estados dos EUA durante uma eleição geral, isto é, a ter seu nome nas cédulas de voto em todo o país. Na ocasião, em 1988, ela foi candidata à Presidência pelo partido Nova Aliança.

Naquele ano, Fulani recebeu 0,2% do total de votos, se tornando a mulher mais votada em toda a história norte-americana para o cargo de presidente até então, sendo superada apenas em 2012, por Jill Stein, que concorreu pelo Partido Verde.

Fulani voltou a se candidatar em 1992 — quando foi eleito Bill Clinton —, mas foi votada por apenas 0,07% dos eleitores.

4. Cynthia McKinney

Cynthia McKinney concorreu à Casa Branca pelo Partido Verde em 2008, tendo como vice a jornalista e ativista Rosa Clemente. Ela já havia tentado a candidatura à Presidência em 2002, quando foi pré-candidata pelo Partido Democrata, mas acabou não conseguindo a nomeação pela legenda.

McKinney foi representante federal do Estado da Georgia pelo Partido Democrata seis vezes, sendo a primeira mulher negra a representar a Georgia na Casa dos Representantes dos EUA (a Câmara dos Deputados norte-americana). Ela se juntou ao Partido Verde em 2007.

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5. Jill Stein

A médica e ambientalista Jill Stein concorreu às eleições presidenciais em 2012 pelo Partido Verde, quando recebeu o maior número de votos já obtidos por uma mulher durante eleições gerais. Stein também já foi candidata ao governo do Estado de Massachusetts em 2002 – quando ficou em terceiro lugar entre cinco candidatos, com 76.530 votos – e 2010 – quando teve 32.816 votos.

Em junho de 2015, Stein se lançou como pré-candidata ao cargo pelo Partido Verde este ano e uma pesquisa de opinião divulgada no último dia 1º de junho lhe deu 3% das intenções de voto dos eleitores norte-americanos para a Presidência do país.

Assim como Bernie Sanders, pré-candidato presidencial pelo Partido Democrata, a ambientalista se coloca como uma opção à esquerda e fora do establishment para a liderança do país. Após Hillary vencer as primárias desta terça-feira (07/06) e alcançar a nomeação democrata, Stein se voltou aos apoiadores de Sanders. “Saibam que há um plano B aqui para continuar a luta pela revolução”, disse em entrevista à CNN. “Caso Sanders apoie Hillary, peço aos apoiadores dele que não desistam. (…) Estamos aqui caso eles sintam que não têm para onde ir.”

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