Apareça

Depoisque virei blogueira, tem gente que volta e meia me manda mensagens dizendo:Sempre gostei de escrever, mas não mostro pra ninguém. Minha observação padrão – não por preguiça, mas por convicção – tem sido: Comece um blog e persista. Use seu Facebook, Twitter, Linkedin para postar suas palavras. Compartilhe o que você considera original, útil, sensível. Mas ando reparando que minha dica não faz sucesso. Ao contrário, recebo tréplicas avisando: Ainda não estou preparada, ou preparado. O assunto termina aí.

Por Fernanda Pompeu Do Yahoo

Mas não acaba nesta crônica. Penso que nunca estamos verdadeiramente preparados. Fosse assim ninguém teria medo de morrer, uma vez que temos uma vida inteira para nos preparar. Quem posta, arrisca. Haverá quem goste e quem desgoste. A maioria nem irá ler o que você escreveu. É do jogo: você não escreve para todo mundo, você o faz para leitores que estão a fim de roubar algum tempo do próprio tempo para ler o seu recado. Constância, relevância, pontualidade também ajudam a formar uma carteira da leitores.

E a rejeição? Impossível escapar dela. Confidencio para meu teclado que superar rejeições é certidão de maturidade. Já recebi críticas de que meus textos têm um ar adolescente, ou uma excessiva simplicidade. Tomo a segunda crítica como elogio, mas não gosto da primeira. Sei que quem diz ser minha prosa adolescente, está falando que ela é meio infantil, muito imatura. Também já comentaram que eu escrevo açucarado, portanto deveria ser proibida para diabéticos.

Não discuto com detratores. Todo mundo tem o direito sagrado de não gostar. No entanto, críticas demolidoras jamais me impediram de escrever com a minha voz e meu estilo. Foco nos leitores que apreciam o meu trabalho. Com eles me animo a compartilhar ideias, sentimentos, visões. Agradeço todos os dias – de manhã, de tarde, de noite – por eles existirem. Já vivi mais anos do que viverei, não tenho tempo para conquistar corações arredios.

No fundo, há espaços e nichos para todo mundo se expressar. Ao contrário da era dos impressos, as ferramentas digitais são um banquete para escribas de várias cepas e costados. Tenho para mim que a escrita é um ativismo social, portanto ela só se completa no leitor. Daí, se você gosta de escrever, apareça. Reto ou torto, amargo ou doce, rainha ou mendiga, seus leitores vão te encontrar.

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