Após caso de racismo com Ludmila, Marcão é demitido da TV Record

Nesta quarta-feira, 18, a TV Record decidiu demitir o apresentador Marcão do Povo, agora ex-“Balanço Geral”, que havia chamado Ludmilla de ‘pobre macaca’.

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Além de estar desempregado, o jornalista recebeu uma chuva de críticas em suas redes sociais e, por conta disso, bloqueou seu perfil no Facebook.

Sobre o desligamento da emissora, de acordo com a revista Veja, “a emissora [Rede Record] repudia qualquer ato dessa natureza e afirma que este tipo de conduta não está na linha editorial de nosso jornalismo”. O jornalista Dionísio Freitas assume o cargo deixado pelo âncora.

Vale lembrar que o comentário de Marcão foi ao ar no último dia nove, no quadro “Hora da Venonosa”, quando Sabrinna Albert conversa sobre assunto ligado a celebridades. Na ocasião, o jornalista havia dito que “é uma coisa que não dá para entender. [Ludmilla] Era pobre e macaca, pobre, mas pobre mesmo. Sempre falo, eu era pobre e macaco também”.

A assessoria de Ludmilla, em declaração feita para a revista “Quem”, deixou claro que irá processar o agressor e que outros casos de racismo contra a cantora já estão em andamento na Justiça:

“O rapaz, esse internauta [que em outra ocasião havia atacado Ludmilla nas redes sociais], está respondendo processo. Mas com o apresentador temos provas em vídeo. Está na hora de acabar com isso. Não dá pra ficar impune em uma emissora, com um programa que vai ao ar e plantando o odio no coração das pessoas.”

Sobre seu comentário, o jornalista admitiu ter sido um vício de linguagem que o fez ser mal compreendido:

“O momento em questão está fora de contexto. Como é público e notório, eu sou de uma cidade do interior do Tocantins, aonde cresci e desenvolvi diversos costumes, dentre os quais alguns vícios de linguagem. “A expressão citada pela reportagem é uma delas: em nenhum momento quis ofender a cantora por sua cor. O termo ‘macaco’ é utilizado no Centro-Oeste sem teor pejorativo. Minha carreira é marcada por respeito a todos, independente de cor, raça, credo ou qualquer outra coisa”.

Imagem: Junião/Ponte Jornalismo

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