Após comprar sapato, servidor negro é acusado de roubo e agredido em shopping

Enviado por / FonteBrasil 247

O servidor público federal Paulo Arifa, de 38 anos, registrou um boletim de ocorrência por injúria, calúnia e lesão corporal após ter sido acusado de roubo por funcionários de um shopping em Cuiabá

O servidor público federal Paulo Arifa, de 38 anos, registrou um boletim de ocorrência por injúria, calúnia e lesão corporal após ter sido acusado de roubo por funcionários da Studio Z, uma loja de calçados localizada no Shopping Pantanal, em Cuiabá. A reportagem é do portal UOL.

Paulo, servidor da Secretaria de Patrimônio da União, foi ao shopping na semana passada comprar um sapato e roupas para uma reunião extraordinária, da qual foi informado poucos instantes antes de seu início.

“Estava de chinelo, camiseta e bermuda, porque Cuiabá costuma fazer calor, iria em casa para colocar uma roupa adequada mas, neste momento, me ligaram. Então decidi passar no shopping que fica em frente ao meu trabalho para comprar um sapato e uma calça”, lembra.

Quando chegou no Shopping Pantanal, o servidor foi até a loja da Studio Z, onde comprou um sapato no valor de R$ 79,99. Paulo conta que fez o pagamento em dinheiro e recebeu R$ 20 de troco.

Assim que pagou pelo produto, ele já calçou o sapato e foi em direção a uma loja de roupas, onde comprou uma calça. Paulo também já se vestiu com as roupas novas e saía do provador quando foi abordado por um segurança.

“Escutei a vendedora [da Studio Z] falando ‘ele pegou o sapato’, ainda questionei sobre o que ela estava falando e ela repetiu que eu havia roubado o calçado. Nesse momento o segurança me abordou e pediu a nota fiscal”, conta.

Segundo a reportagem, Paulo lembra que ficou muito nervoso e não conseguiu encontrar o comprovante de pagamento de forma rápida. Ele tentou explicar que pagou pelo sapato em dinheiro e chegou a mostrar os R$ 20 que havia recebido de troco na loja.

“A vendedora continuou me acusando, falando que tinha pegado o troco na loja de roupas, que ela tinha visto. Mas eu tinha feito o pagamento no débito e não em dinheiro. Uma situação humilhante. Neste momento já tinha um grupo de cinco a oito seguranças me cercando”, diz.

O servidor tentou sair da situação, explicando que tinha uma reunião importante, mas ouviu dos seguranças que a Polícia Militar seria acionada e ele precisaria ser encaminhado para a Central de Flagrantes. Paulo conta que a justificativa não adiantou para acalmar os seguranças e continuou cercado por eles, relatando que chegou a ser empurrado.

“Nessa confusão toda, eles me empurraram e eu acabei pisando em falso. Tentei sair dali a todo momento, um deles [dos seguranças] tentou pegar meu celular, que era, na verdade, a única ‘arma’ que tinha para me defender: filmar a situação e as agressões”, conta.

+ sobre o tema

Brasil tem 1,69 milhão de indígenas e 1,33 milhão de quilombolas

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atualizou...

Estão abertas as inscrições para o Edital Traços

A segunda edição do Edital Traços, que foi intitulado Edital Caminhos em...

Racismo à brasileira por Milla Carolina

É foda ser preto O mais foda é quando roubam...

Estudante de Medicina da USP denuncia racismo em evento esportivo

Entrada do prédio da Fmusp (Faculdade de Medicina da...

para lembrar

PM que negou ajuda a jovem negro ameaçado em SP responderá criminalmente

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP)...

Promotoria dá 5 dias para grupo Carrefour mostrar imagens de caso de agressão na Bahia

O Ministério Público da Bahia deu o prazo de cinco dias...

Alemães são acusados de racismo e assédio contra mulher em bar do DF

Dois alemães são acusados de dar um tapa nas...

UEFA pedirá a capitães europeus para usar braçadeiras antiracismo

Por Brian Homewood GENEBRA, 22 Out (Reuters) -...
spot_imgspot_img

Justiça decreta prisão preventiva de PM que atingiu jovem em São Paulo

O policial militar Tiago Guerra foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, onde cumpre prisão preventiva decretada pela Justiça paulista,...

A maldição da eterna introdução

Discursos não são livres. Assim pontuou Michel Foucault em um dos seus principais textos, de 1971. Há estruturação, angulação, filtragem e mecanismos específicos para limitar e...

Processos por racismo aumentam 64% no Brasil em 2024, mas punições demoram e são brandas

Para a gerente de uma pet shop de Salvador, Camilla Ferraz Barros se identificou como juíza, disse que poderia prendê-la e a chamou de...
-+=