“Aqui vivo, aqui voto” é o lema da campanha que cerca de 20 organizações de imigrantes iniciaram na Espanha para reivindicar o direito de escolher os representantes políticos no país onde vivem.
Organizações como a Federação Estatal de Associações de Imigrantes e Refugiados na Espanha (Ferine), ACNUR – Las Segovias, SOS Racismo, Associação Marroquina de Direitos Humanos (AMDH) e os Ecologistas em Ação assinaram um manifesto no qual convidam outras associações a defender a iniciativa.
Estes grupos reivindicam o direito ao voto para todos os imigrantes que residam na Espanha, cerca de 2,4 milhões, e exigem a reforma da Constituição e da Lei de Estrangeiros, entre outras leis.
O manifesto critica o uso partidário da imigração na campanha eleitoral e “a utilização da xenofobia para tirar lucro eleitoral por parte de diferentes partidos políticos”.
“O corte nos serviços públicos afeta em maior medida a população imigrante, esquecendo-se de que nos anos do ”milagre econômico” foram os imigrantes que contribuíram para a criação da riqueza”, acrescenta.
Na apresentação da campanha, que será divulgada em conferências nas associações, o representante da Ferine, Gilberto Torres, defendeu que “não foram os imigrantes que causaram a crise”.
Farah Chengly, da AMDH, lamentou que na Espanha “só 322.633 estrangeiros possam votar nas eleições municipais” e que não seja seguido o exemplo de alguns países europeus, como a Bélgica, onde o direito ao voto é reconhecido para a população migrante.
A Espanha realizará eleições gerais no dia 20 de novembro. As pesquisas apontam como favorito o conservador Partido Popular (PP).
Nas últimas eleições municipais realizadas na Espanha, em 22 de maio, imigrantes equatorianos, colombianos e peruanos residentes no país estrearam como eleitores, após acordos de reciprocidade realizados pelo Governo espanhol.
Mais de 473 mil estrangeiros de 36 países, entre eles Equador, Colômbia, Peru, Bolívia, Chile e Paraguai, puderam votar nestas eleições.
Fonte: Terra