A Serra da Barriga está com o umbigo estufado de fora, relegada aos “por favor, governador,deputad@,ministr@,presidenta olhem para a Serra!”
Mas essa parte da história do Brasil não provoca alvoroço nos parlamentos brasileiros, pois a República Negra das Alagoas conta histórias de independência, e , desde quando a equidade do povo brasileiro interessa aos poderes constituídos?
A Serra da Barriga hiberna entre o hegemônico desinteresse da classe política – bancada de Alagoas (?) – e as expectativas do povaréu que busca rastros de descoberta.
Mas, o porto da fome atracado em Alagoas desperta a cobiça dos comedores de voto. A miséria é como mel para abelha provoca enxame, a comichão da posse. A miséria sob a tutela do estado fomenta a ideologia dos vencidos: a troca da identidade pela cesta básica que sacia a fome provocada pela ausência determinante de políticas públicas igualitárias.
A classe política – todos os homens e todas as mulheres- tem feito, ano após ano a mesmíssima coisa em relação a Serra da Barriga, ou seja coisa nenhuma!
Para a classe política daqui e d”alhures redefinir a imagem que a população de pele preta tem de si mesma e realinhar seu lugar na história do Brasil é coisa ‘desses poucos negros que não tem mais o que fazer”.
Os mesmos negros e negros que na época de eleição ganham lugares em pedestal. Em época eleitoreira somos todos e todas iguais. Os intocáveis donos do poder: homens e mulheres até ensaiam a fictícia proximidade com o povaréu que vota.
Montam o teatro do tal do café da manhã na feira, regado a abraços fáceis, tapinhas nas costas, beijos em crianças remelentas e de nariz escorrendo,com cheiro de miséria. É para que o povo acéfalo, na sua maioria pobre, desdentado, desempregado e de pele parda ou preta perceba o quanto nada vale.
Passada a eleição, o povo- pobre povo- não cabe mais na agenda cheia dos donos do poder.
Trabalhar a Alagoas da miséria é bem mais cômodo. A miséria dá voto fácil, e, em Alagoas isso é prato cheio.
Enquanto isso a Serra da Barriga pede socorro!
Help, Zumbi!
Fonte: Correia Neto