Artuzi é condenado a três anos de prisão e multa de R$ 300 mil por racismo

Ex-prefeito de Dourados vai ter de pagar indenização de R$ 300 mil por danos morais

Por: Nícholas Vasconcelos

O ex-prefeito de Dourados Ari Artuzi foi condenado hoje a 3 anos de prisão pelo crime de racismo. Ele ainda terá de pagar indenização de R$ 300 mil por danos morais, além de 200 dias multa.

O crime de racismo foi cometido em 2010, durante entrevista ao programa de rádio “Hora da Verdade”, da rádio Grande FM. Artuzi ofendeu os negros ao afirmar “Nóis temu fazenu serviço de genti branca; serviço de genti”.

A denúncia pelo crime de racismo foi apresentada pelo promotor de Justiça, João Linhares Júnior, que considerou que ex-administrador da cidade “praticou e incitou o racismo, ofendendo a honra subjetiva dos afrodescendentes.”

Conforme a promotoria, Artuzi anunciou palavras pejorativas e feriu a honra de todos os negros ao conferir a falsa ideia de que o trabalho só pode ser considerado bom, adequado e eficiente quando efetuado por pessoa de pele branca. Com essa atitude, ele fomentou a intolerância e estimulou o preconceito.

“Artuzi explicitou que pessoas negras não prestam para serviço de qualidade. (…) o comentário possui consequências nefastas, pois dele se depreende o desiderato do denunciado de vilipendiar todos os negros, fomentando a inferiorização desta minoria e incitando o desprezo dos demais douradenses contra os afro-brasileiros”.

Artuzi foi preso em setembro de 2010, alvo da operação Uragano da PF (Polícia Federal). Além dele, ainda foram detidos a ex- mulher dele, Maria Artuzi, o vice-prefeito, noves dos 12 vereadores, secretários municipais e empresários.

O grupo foi denunciado por esquema de fraudes envolvendo a prefeitura, Câmara e empresas. As ações foram registradas por Eleandro Passaia, então secretário de Governo na administração de Artuzi.

Após 90 dias atrás das grades, Ari Artuzi renunciou ao mandato, sendo solto no dia seguinte.

 

 

Fonte: Campo Grande news

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...