As 10 piores explicações para a falta de mulheres no conselho diretor

Foram consultados CEOs e presidentes das principais empresas listadas na bolsa de valores de Londres

Do Época Negocios

nappy.co

A equipe da Hampton-Alexander Review, instituição britânica que trabalha com pesquisas e ações relacionadas às mulheres em cargos de liderança no mundo corporativo, divulgou as 10 piores explicações de CEOs e presidentes das principais companhias listadas na bolsa de Londres (FTSE) para a não nomeação de mulheres para seus cargos de comando.

As respostas mostram que ainda há muito trabalho a ser feito para que a questão de gênero seja mais equilibrada nessas empresas, apesar da drástica diminuição do número de empresas que têm seus conselhos diretores formados apenas por homens, de 152 em 2011 para apenas 10 em 2017. Há um meta do governo local para que, até 2020, um terço dos cargos de liderança sejam ocupados por mulheres.

Confira as explicações mais absurdas:

1. Eu não acho que as mulheres fiquem confortáveis no ambiente do conselho

2. Não há muitas mulheres com credenciadas e com a profundidade de experiência para ocupar o conselho: os assuntos abordados são extremamente complexos

3. A maioria das mulheres não quer o incômodo ou a pressão de participar do conselho

4. Os acionistas simplesmente não estão interessados na composição [igualitária] do conselho, então, por que deveríamos estar?

5. Meus outros colegas do conselho não gostariam de nomear uma mulher

6. Todas as mulheres ‘boas’ já foram recrutadas

7. Já temos uma mulher no grupo, então está feito; é a vez de outra pessoa

8. Não há vagas no momento; se tivesse, eu pensaria em indicar uma mulher

9. É preciso construir isso desde a base, simplesmente não há mulheres seniores o bastante neste setor

10.  Eu não posso nomear uma mulher simplesmente porque eu quero

O ministro das Finanças, Andrew Griffiths, disse ser chocante que algumas empresas pensem que essas desculpas são razões aceitáveis para manter as mulheres longe dos cargos mais importantes. “Nossas empresas de maior sucesso são aquelas que defendem a diversidade”.

Muitas empresas que relataram suas disparidades salariais entre homens e mulheres no início deste ano explicaram à equipe da Hampton-Alexander Review que a disparidade salarial era resultado de menos presença de mulheres em cargos de alto escalão aliada ao predomínio de mulheres em empregos com salários mais baixos. “Garantir que as mulheres sejam selecionadas em números mais equilibrado para funções seniores reduziria significativamente as disparidades salariais”, diz o documento da Hampton-Alexander Review.

“Ao ler esta lista de desculpas, você pode pensar que é 1918 e não 2018. Ela é lida como um roteiro de comédia, mas isso é real. Talvez aqueles que dão crédito a essas desculpas sejam os que não estão dispostos a se sentar nos conselhos e devem mudar: afinal de contas, estamos no século 21”, declarou a chefe Executiva de Negócios para a Comunidade Amanda Mackenzie.

Segundo a pesquisa da McKinsey, combater as disparidades salariais entre homens e mulheres pode adicionar £150 bilhões à economia do Reino Unido até 2025 e resultar em 840 mil empregadas adicionais.

+ sobre o tema

Feminismo, empoderamento e solução: a singularidade de Karol Conka

Sucesso indiscutível entre a crítica e os internautas, a...

Camila Pitanga é eleita Embaixadora Nacional da Boa Vontade

Atriz ganhou o título da ONU Mulheres Brasil e...

para lembrar

Misoginia x Misandria – por: Anne Dourado

Misoginia: s.f. Sentimento de repulsa e/ou aversão às mulheres. Repulsão excessiva...

Após caso de sexting, professora do DF cria projeto e ganha prêmio

Dos 187 alunos do 9º ano, 110 se engajaram...

Estado Laico: Manual homofóbico e machista é distribuído em Fórum de Ensino Religioso

Manual machista e homofóbico é distribuído pela Secretaria de...

Bissexual não é gay enrustido; atração pelos dois sexos existe

Independentemente da relação que vive no momento, o...
spot_imgspot_img

Vamos a desprincesar! Reflexões sobre o ensino de história à partir da presença de María Remedios del Valle na coleção Antiprincesas

Lançada em 2015 em meio à profusão de movimentos feministas, a coleção de livros infantis Antiprincesas da editora argentina independente Chirimbote se tornou um...

A mulher negra no mercado de trabalho

O universo do trabalho vem sofrendo significativas mudanças no que tange a sua organização, estrutura produtiva e relações hierárquicas. Essa transição está sob forte...

Mulheres sofrem mais microagressões no ambiente de trabalho e têm aposentadorias menores

As desigualdades no mercado de trabalho evidenciam que as empresas têm um grande desafio pela frente relacionado à equidade de gênero. Um estudo recente da McKinsey...
-+=