Assim caminha a humanidade – Por: Maurício Pestana

Há mais de uma década, a indústria farmacêutica abandonou investimentos nas áreas de pesquisas de antibióticos. Motivo: o baixo retorno financeiro e a necessidade de direcionar seus investimentos em medicamentos de consumidor mais fiel e contínuo como, por exemplo, antidepressivos.

O resultado foi evolução de bactérias mais resistentes e o retorno mássico de males como tuberculose e pneumonia, doenças de forte dissimilação nas populações menos favorecidas economicamente, aonde problemas de saneamento, habitação e consequentemente higiene são uma constante. Ou seja: investir em remédios para doenças de pobre e preto não era lucrativo.

Essa discriminação pode ser observada tanto do ponto de vista local como global, se as doenças de pobre encontram um habitat ideal para sua proliferação nas periferias e áreas desassistidas das grandes cidades.

É também no continente africano que encontraremos um maior número de doenças já extintas − do ponto de vista estatístico − em países desenvolvidos, como é o caso da meningite, do sarampo e da disenteria, entre outras.

Mas numa era tão globalizada como a atual, por mais que o apartheid econômico intensifique o fosso entre ricos e pobres, o trânsito cada vez maior entre as pessoas tem demonstrado que não há barreiras para vírus e bactérias, e o mundo se assusta com a notícia de um vírus existente há mais de três décadas e que estava confinado a um pobre país da África aparece agora sem controle e rompendo barreiras.

O ebola é altamente infeccioso podendo matar mais de 90% dos infectados. O irônico dessa história é que no mesmo momento em que fomos bombardeados pela notícia de que o mortal vírus fugiu do controle e se espalha por vários países africanos, também nos surpreendemos com outra notícia na área de saúde: o Brasil ultrapassou os Estados Unidos em números absolutos e se tornou o maior país do planeta a realizar cirurgias plásticas. Ou seja: temos agora os mais belos rostos, bumbuns e seios do mundo, para assistir de perto a evolução do ebola.

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