Até quando agressões contra mulheres serão perdoadas em novelas globais?

foto divulgação - Globo / Hypeness

O jornalista Maurício Stycer, do UOL, apresentou uma perspectiva intrigante sobre algo que vem se tornando hábito nas novelas de Rede Globo. A violência contra a mulher.

no Hypeness

foto divulgação - Globo / Hypeness
foto divulgação – Globo / Hypeness

Infelizmente, os folhetins da principal emissora do país não estão debatendo o assunto de uma perspectiva feminina. Ao contrário, autores e roteiristas parecem insistir em um método sistêmico onde a vítima, no caso mulheres, perdoam os agressores.

A última foi O Sétimo Guardião. A novela escrita por Aguinaldo Silva teve a cara de pau de, três dias depois do Dia Internacional da Mulher, mostrar a personagem Afrodite não só desculpando o agressor Nicolau, como acolhendo-o em sua cama.

A cena possui todos os elementos de um enredo desconexo com pautas defendidas por movimentos feministas nos dias de hoje. Os dois se beijam efusivamente. “Isso não tá certo”, diz a personagem de Carolina Dieckmann. Nicolau (Marcelo Serrado), machista de marca maior, passa um aspecto de leveza. É com se brutalidade de quem deu um tapa na cara da mulher fosse uma versão ‘bronco’ do personagem.

Em Segundo Sol, polêmica novela de João Emanuel Carneiro, a violência contra a mulher foi perdoada num estalar de dedos. A cena é forte. Durante o casamento, Cacau (Fabiula Nascimento) é agredida por Roberval (Fabrício Boliveira) com tapas na cara.

O crime de agressão aconteceu depois dele saber que a noiva estava tendo um caso. Além do tapa, ele chamou a noiva de vagabunda. Ao final da trama, ela perdoou o agressor e correu arrependida atrás dele em um aeroporto. Em seguida, os dois se beijam apaixonados.

Para terminar, em O Outro Lado do Paraíso, de Walcyr Carrasco, Gael (Sergio Guizé) pintou o sete. Agrediu a então namorada fisicamente e psicologicamente. Chegou a ser detido, mas saiu regenerado. Mudou da água para o vinho. Embora não tenha ficado com Clara (Bianca Bin), se apaixonou e recomeçou a vida.

De fato, a impunidade reina quando o assunto é feminicídio e outros tipos de violência contra a mulher. Mas, como bem disse Maurício, será que a TV não deveria apresentar uma realidade diferente, até mesmo para pressionar a mudança do cenário.

Leia também:

Uma a cada quatro mulheres vítimas de tiro morrem em casa

Juntas, aplicativo de Enfrentamento a Violência contra Mulher – Clique na imagem e acesse o aplicativo JUNTAS
-+=
Sair da versão mobile