Programa de transferência de renda ajuda a combater violência doméstica no Quênia

Programas de transferência de renda possuem um significado muito maior do que apenas ‘oferecer’ uma quantia mínima de dinheiro a quem precisa. Mais do que aumentar os meios de subsistência dos cidadãos, eles estão ajudando a diminuir a violência doméstica contra mulheres no Quênia, onde 42% das mulheres entre 20 e 44 anos relataram ter sofrido violência física ou sexual de seu parceiro.

Por Gabriela Glette, Do Hypeness

Mulher negra, em um fundo escuro, com as mãos no rosto.
(Imagem retirada do site Hypeness)

Uma equipe de professores da Universidade de Princeton – Estados Unidos, decidiu estudar os efeitos da renda extra no país entre 2011 e 2013,  período em que uma organização sem fins lucrativos – GiveDirectly, fez transferências em dinheiro à algumas famílias. E eles descobriram que a violência doméstica, na maioria dos casos, está diretamente relacionada com a falta de dinheiro.

A equipe encabeçada por Johannes Haushofer, descobriu que nos domicílios em que as mulheres recebiam transferências em dinheiro, as taxas de violência física e sexual diminuíram significativamente. Nas famílias beneficiárias, o índice de violência contra a mulher chegou a cair 51% e a incidência de violência sexual, 66%.

O curioso é que, as taxas de violência somente diminuíram quando eram as mulheres que recebiam o valor. Quando a renda caia diretamente na conta dos homens, as taxas continuavam as mesmas, sugerindo que quando as mulheres se sentiam empoderadas, tornavam-se mais fortes para resistir contra a violência ou até mesmo abandonar o lar.

Infelizmente, são muitas as pessoas que são contra programas de transferência de renda, porém Haushofer explica: Não é verdade que dar dinheiro a algumas pessoas faz com que todos fiquem mais ricos“. Pesquisas como esta. nos mostram a importância de programas de renda básica na construção de um país mais igualitário, em todos os sentidos.

+ sobre o tema

Trinta Homens

Trinta. Vinte e nove Vinte e oito Vinte e sete Vinte e seis Vinte...

Luiza Brunet e a síndrome da gaiola de ouro. Por Nathalí Macedo

Luiza Brunet teve quatro costelas quebradas pelo então companheiro,...

Estudante cabo-verdiana é assassinada no Brasil

Namorado, de nacionalidade brasileira, poderá ser o autor do...

para lembrar

Internautas relatam abusos após jornalista denunciar a violência obstétrica no Brasil

Matéria “Na hora de fazer não gritou”, da jornalista...

Mulher Com os Olhos Perfurados Pelo Ex-Marido: “Viverei na Escuridão”

'Vou viver na escuridão', lamenta mulher que teve olhos...

Taxa de feminicídios no Brasil é quinta maior do mundo

Lançadas nesta semana, diretrizes nacionais sobre feminicídio querem acabar...
spot_imgspot_img

A Justiça tem nome de mulher?

Dez anos. Uma década. Esse foi o tempo que Ana Paula Oliveira esperou para testemunhar o julgamento sobre o assassinato de seu filho, o jovem Johnatha...

Dois terços das mulheres assassinadas com armas de fogo são negras

São negras 68,3% das mulheres assassinadas com armas de fogo no Brasil, segundo a pesquisa O Papel da Arma de Fogo na Violência Contra...

A cada 24 horas, ao menos oito mulheres são vítimas de violência

No ano de 2023, ao menos oito mulheres foram vítimas de violência doméstica a cada 24 horas. Os dados referem-se a oito dos nove...
-+=