O diretor de campanhas da Avaaz, uma das maiores organizações mundiais de abaixo-assinados online, Pedro Abramovay, acredita que a recente onda de protestos que tomaram conta do País desbanca o que especialistas e parte da sociedade apelidaram de “ativismo de sofá” – que nasce nas redes sociais e não chega às ruas.
Em atos que se espalharam por capitais e outras cidades brasileiras, manifestantes usaram a internet para dar musculatura à mobilização e, depois, foram às ruas.
Abramovay avalia que esse fenômeno é o resultado de uma combinação de dois fatores: internautas mais politizados na rede diante de um cenário em que a política está muito obsoleta.
“Tinha gente que dizia: ‘Olha só, isso é uma despolitização, isso se resume a sofá’. E não, as pessoas não perceberam que a internet hoje faz parte da vida das pessoas.”
“Quando as pessoas compartilhavam uma petição pelo Facebook, pelo Twitter, elas estavam assumindo posição política diante dos seus amigos. Aquilo foi criando um caldo novo de cultura política num ambiente no qual a política e a forma de se fazer política está muito envelhecida. Uma hora tinha que explodir. E acho que explodiu, foi para as ruas.”
“O Brasil tem condições de ser pioneiro nessas inovações democráticas. Não é à toa que o Brasil é o primeiro país da Avaaz.”
A organização de petições online, segundo ele, tem cerca de 4,5 milhões de membros brasileiros.
Fonte: DCM