Ator Fabricio Boliveira lança rede de apoio audiovisual para protagonismo negro

FONTEPOR IRMA LASMAR, do ODIA
Fabrício Boliveira (Foto: Ricardo Konká/Divulgação)

O ator da TV Globo Fabricio Boliveira e o produtor Gabriel Bortolini assinam o projeto Elenco Negro, que visa a mapear e atrair artistas no interior do estado do Rio de Janeiro, da Baixada Fluminense e da periferia carioca para cadastro em um portal – lançado esta semana – que produz materiais de apresentação para produtores de elenco e diretores artísticos. A iniciativa se espelha e dá continuidade ao Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro (Cidan), lançado em 2007 pela diva Zezé Motta, que é uma das madrinhas do novo cadastro.

“Elenco Negro surge da inquietação em potencializar profissionais negros. O escopo do projeto pretende fortalecer atores negros, maiores de 18 anos, nos mais variados estágios da carreira, residentes no estado, que estão procurando se inserir e/ou se fortalecer no mercado audiovisual e criar uma rede de apoio e suporte para os artistas no mercado de trabalho”, explica Boliveira, o protagonista de Faroeste Caboclo. “Além dessas contribuições, esse formato de cadastramento para os artistas dará mais visibilidade a esses profissionais principalmente aos que ainda não são reconhecidos no mercado audiovisual do país. O baiano comenta o valor de ter o apoio da precursora do movimento artístico negro: “Zezé, que já interpretou minha mãe várias vezes, introduziu muitos amigos artistas por meio do Cidan criado por ela. Com meu projeto, estou continuando uma história que já começou com essa grande mulher”.

Apesar de os negros comporem 50,7% da população brasileira (IBGE, 2010), eles representam apenas 20% dos atores que atuaram em papéis de destaque no cinema até 2012. “Tal fato contribui para a exclusão de vivências e perspectivas de um numeroso segmento da sociedade, impede a criação de referências positivas, estereotipa grupos, entre outros tantos problemas”, lamenta Bortolini. “Elenco Negro quer atuar continuamente na contramão desses números e estereótipos e também fortalecer nomes de projetos recentes como o Coletivo Preto, que surgiu em 2016, é formado por quatro jovens atores, escritores, circenses e produtores negros: Drayson Menezzes, Licínio Januário, Orlando Caldeira e Sol Menezzes, que produzem, fomentam e divulgam trabalhos nos quais colocam o homem e a mulher negra em papeis de protagonismo”.

Contemplado pelo edital Retomada Cultural RJ da Lei Aldir Blanc, o projeto Elenco Negro é on-line e gratuito para artistas negros maiores de 18 anos. Para se cadastrar, é preciso preencher o formulário no perfil da iniciativa (@elenconegro) e aguardar o retorno da equipe. Os primeiros a se inscreverem terão acesso a serviços imediatos, de acordo com suas áreas de interesse, como edição de vídeos, atuação de textos elaborados por dramaturgos convidados, oficina jurídica com foco no auxílio de resolução de burocracias, mentorias com profissionais negros dos mais variados seguimentos, ensaios fotográficos para produção de material de divulgação e apadrinhamentos para favorecer e fortalecer as trocas de experiências e o crescimento pessoal e profissional.

 

 

POR IRMA LASMAR, do ODIA
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