O 13º Fórum Internacional da AWID (Associação para os Direitos das Mulheres e o Desenvolvimento) reuniu cerca de 2 mil mulheres de mais de 100 países, na Costa do Sauípe, Bahia. Durante quatro dias de intensos debates e trocas de experiências, as participantes discutiram temas urgentes para o movimento feminista global, como acessibilidade, sustentabilidade, direitos reprodutivos, segurança digital, igualdade de gênero, violência contra a mulher, direitos das mulheres indígenas e quilombolas, racismo institucional, feminismos negros, direitos LGBTQI+ e aborto.
O encontro foi marcado pela diversidade de pautas e pela solidariedade entre participantes, que compartilharam práticas, saberes e estratégias de resistência diante das múltiplas formas de opressão que atravessam as mulheres em diferentes contextos.
Manifestação contra o atual governo do Brasil – Foto: Claudia Ferreira
Feminismo Negro
Nos dias que antecederam o fórum, foi realizado o Encontro de Feminismos Negros, espaço que reuniu mulheres negras de diferentes regiões da diáspora. Militantes, pesquisadoras e ativistas que estão na linha de frente da luta global por justiça social puderam dialogar sobre as interseções entre raça, gênero, classe e território.
O encontro fortaleceu redes de articulação internacional e deu visibilidade à centralidade dos feminismos negros como prática política e teórica fundamental para o enfrentamento do racismo e do sexismo em escala global.
#FuturosFeministas Na #AWIDForum, ONU Mulheres se reúne com #mulheresnegras e fortalece parceria pelo fim do racismo – Foto: ONU Mulheres
Durante o AWID ativistas negras brasileiras falaram sobre as suas esperanças pós a Marcha das Mulheres Negras que aconteceu em Brasilia no ano de 2015 e reuniu mais de 50 mil mulheres. Foram também destacados assuntos como racismo, feminicidio das mulheres negras, territorialidades , genocídio dos jovens negros, a agenda de jovens negras,direitos das trabalhadoras domésticas, a atual situação politica do Brasil e as inseguranças das mulheres negras pós golpe e outros assuntos.
Ativistas puderam saber com as mulheres do movimento Black Lives Matter atuam nos EUA os desafios que mulheres africanas, as lutas de jovens ativistas por uma africa melhor.
#MulheresNegras entregam para a diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, dossiê sobre a situação das afro-brasileiras. #DécadaAfrocom AMNB-Articulacão – Foto: ONU Mulheres
No ultimo dia da AWID as organizações Criola (Rio de Janeiro) e Geledés (São Paulo) e a AMNB –Articulação de Mulheres Negras Brasileiras laçaram o Dossiê sobre a situação dos direitos humanos das mulheres negras no Brasil: Violências e Violações.
Juntas e Conectadas: mulheres compartilham umas com as outras como construir uma internet segura para os movimentos feministas
Uma internet segura para o feminismo
Mulheres compartilharam umas com as outras os meios de segurança com que utilizam a internet e as formas mais seguras de se fazer um ativismo seguro no mundo digital. Temas como a importância de uma internet livre e aberta, liberdade de expressão nas redes e como o ativismo digital ajudam a empoderar mulheres foram debatidos.
Acessibilidade
O Fórum também abriu espaço para ativistas com deficiência, que alertaram sobre a necessidade de garantir a presença de mulheres com deficiência nas agendas feministas e denunciaram as barreiras impostas por uma sociedade ainda marcada pela exclusão e falta de acessibilidade.
Diversidade de agendas
Ao todo, o 13º Fórum Internacional da AWID contou com mais de 130 sessões temáticas, cada uma com duas horas de duração, que abordaram pautas diversas e interconectadas dos movimentos feministas e sociais.
Quem não pôde estar presente acompanhou o evento pelas redes sociais, através das hashtags #blackfeminisms, #awidforum e #feministfutures.