Bancários debatem democracia e racismo em preparação à 3ª Conferência da Promoção da Igualdade Racial

O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo Osasco e Região vai realizar no dia 31 de julho o debate Democracia e desenvolvimento: por um São Paulo sem racismo, como atividade preparatória às conferências regionais e estadual da promoção da igualdade racial. A atividade será realizada das 15h às 18h30, no Auditório Amarelo da entidade, à Rua São Bento, 413, no centro paulistano.

Para falar sobre ‘Branquitude e desenvolvimento’ estará a doutora em psicologia social e relações raciais, Lia Vainer Schucman, seguida do professor Denis de Oliveira, doutor em ciências da comunicação, que abordará a questão dos arranjos institucionais para assegurar a sustentabilidade das políticas de igualdade racial. A mediação será feita pela diretora da Secretaria deas Relações Sindicais e Sociais do sindicato, Maria Rosani Gregorutti A. Hashizumi.

O sindicato solicita aos participantes a confirmação da presença pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone 3188 5200.

CUT/SP apoia

A participação dos sindicatos dará apoio às atividades regionais que estão ocorrendo em todo estado de São Paulo e culminarão com a conferência estadual que será nos dias 1 e 2 de agosto. Todos os desdobramentos serão levados à 3ª Conferência Nacional da Promoção da Igualdade Racial (Conapir), convocada pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir), para novembro deste ano.

A CUT/SP incentiva as atividades realizadas pelas entidades. Na última Plenária Livre do Trabalho para a 3ª Conapir, realizada no dia 28/6 entre as centrais sindicais, a aplicação das convenções 100 e 111 da OIT foram pautas de consenso nas discussões. Elas tratam, respectivamente, da igualdade de remuneração entre os gêneros para trabalho de igual valor e do combate às desigualdades no mundo do trabalho em matéria de emprego e profissão.

Formação aos dirigentes

Após o debate, será lançada a cartilha “Debater e Enfrentar o Racismo no Trabalho”. O material foi realizado em uma parceira entre o Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial (Inspir) e o Solidarity Center, organização norte-americana, ligada à American Institute for Free Labor Development (AFL-CIO), que reúne sindicatos latino-americanos com o intuito de formar lideranças locais e ampliar a participação de minorias.

Segundo o presidente do Inspir, Ramatis Jacino, a publicação é resultado de dois seminários realizados no final de 2012, em Salvador e em São Paulo, com a ideia de contribuir na formação e capacitação de dirigentes sindicais para o enfrentamento do racismo e da discriminação no mundo do trabalho. “Elaboramos a cartilha em um formato simples e objetivo de maneira que todos os companheiros e companheiras possam se apropriar das informações que se referem à população negra”.

Pesquisa revela racismo

Segundo o Mapa da Diversidade, divulgado em 2009 pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no cruzamento da população economicamente ativa no setor bancário, com o recorte racial e de gênero dos bancários de São Paulo, 84% são mulheres brancas, em contraponto a 17% das mulheres negras. Ao mesmo tempo, 81% se referem aos homens brancos e apenas 19% aos negros.

Do total de negros/as só 2,3% estão na categoria pretos. “Isso demonstra que quanto maior a melanina, maior a discriminação. O setor bancário tem dados racistas alarmantes”, afirma Júlio César Silva Santos, coordenador do Coletivo de Combate ao Racismo do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

A diferença salarial é também alarmante. A pesquisa apresenta que no Brasil ‘pretos’ recebem 64,2% e ‘pardos’ 67,6% do rendimento dos brancos, todos celetistas ativos. “Comprovar o preconceito não é fácil, é algo velado. Ninguém vai dizer que você recebe menos ou não terá um melhor cargo por ser negro, mas os dados comprovam”, afirma Júlio.

SERVIÇO

O quê: Debate Democracia e desenvolvimento: por um São Paulo sem racismo
Quando: 31/7 (quarta-feira), das 15h às 18h30
Onde: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo Osasco e Região
Rua São Bento, 413, centro de São Paulo

Fonte: Mundo Sindical

+ sobre o tema

para lembrar

Ator é vítima de racismo durante espetáculo:’Isso não pode ficar impune’

Uma espectadora interrompeu a peça e deu uma banana No...

Grupo antirracismo critica apoio do Liverpool a Suárez

Um grupo que realiza campanhas contra o racismo no...

Minas registra um novo caso de racismo a cada 22 horas e 16 minutos

Expressivo, número de crimes raciais levados aos tribunais está...

Austrália propõe mudar lei, mas aborígenes querem mudança real

Por: Liz Lacerda Alison Golding tinha 10 anos...
spot_imgspot_img

Quanto custa a dignidade humana de vítimas em casos de racismo?

Quanto custa a dignidade de uma pessoa? E se essa pessoa for uma mulher jovem? E se for uma mulher idosa com 85 anos...

Unicamp abre grupo de trabalho para criar serviço de acolher e tratar sobre denúncias de racismo

A Unicamp abriu um grupo de trabalho que será responsável por criar um serviço para acolher e fazer tratativas institucionais sobre denúncias de racismo. A equipe...

Peraí, meu rei! Antirracismo também tem limite.

Vídeos de um comediante branco que fortalecem o desvalor humano e o achincalhamento da dignidade de pessoas historicamente discriminadas, violentadas e mortas, foram suspensos...
-+=