O grupo carioca de rap Vagabonde lançou um clipe para a música Fome nesta segunda-feira (4). Até aí, tudo normal. O problema é que, durante o vídeo, um dos integrantes do grupo faz uso do blackface – uma tática racista em que um intérprete pinta o rosto na cor preta para representar, de forma esdrúxula, uma pessoa negra. Minutos após a divulgação do filme, diversos comentários no YouTube acusaram o grupo de racismo.
Por Marcos Candido, do Elástica
Em uma das críticas, um internauta afirmou que “só faltou dar uma estudada antes de mandar esse blackface“, enquanto outras mensagens foram mais enfáticas: “2016 nem começou direito e a gente tem que ver branco fazendo blackface?”. “Branco fazendo blackface… lamentável”, pontuou um dos internautas.
Nielsen Oliveira, único membro negro do conjunto, defendeu que tinha consciência sobre o “peso do blackface” antes de lançar a parada, mas que as pessoas devem analisar contexto da representação. “Acredito que nossos irmãos realmente firmes na luta e detentores de conhecimento entenderão a real ideia!”, disse o rapper em sua página do Facebook.
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Em um dos trechos interpretado pelo rapper Buddy Poke (que é branco), a letra afirma que “Eles querem me excluir simplesmente por não ser preto // eles tentam me oprimir só porque eu não nasci no gueto”. Na parte cantada por Nielsen, os versos dizem: “fui ao caixa meu espanto, nada me travou na porta do banco // Tudo virou pesadelo, mano, quando no sonho eu vi que eu era branco”.
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