Camareira que acusou Strauss-Kahn foi estuprada, diz relatório médico

Revista francesa publica diagnóstico de médicos que examinaram Nafisatou Diallo

 

A camareira do hotel Sofitel de Nova York que acusou de abuso sexual o ex-diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional) Dominique Strauss-Kahn foi vítima de estupro, apontam os médicos que a atenderam naquele dia, revela nesta terça-feira (16) a revista francesa L’Express.

Médicos do hospital St. Luke’s Roosevelt de Manhattan examinaram Nafisatou Diallo no dia 14 de maio, dia da suposta agressão, e conforme relatório elaborado a mulher sofria de diversos ferimentos causados pelo estupro.

“Diagnóstico: agressão. Causa dos ferimentos: agressão e estupro”, indicam as conclusões do relatório divulgadas pelo L’Express, no qual acrescenta que Diallo chegou ao hospital de ambulância, embora fosse capaz de caminhar sozinha. Ela estava acompanhada de um policial.

O relatório aponta para a declaração dos profissionais de saúde que a atenderam, segundo o qual a camareira do hotel dizia ter sido vítima de abuso sexual. Chorando, Diallo contou aos médicos detalhes da agressão.

Na última página do relatório, o médico descreve a área vaginal da paciente, onde aponta traumatismo na parte posterior, além de indicar que a região estava avermelhada.

O advogado de Diallo, Kenneth Thompson, expressa em entrevista concedida a L’Express sua convicção de que sua cliente sofreu abuso sexual, e sua surpresa pelo fato da Promotoria, embora tenha abordado esses dados no início da investigação, não concedeu maior peso.

Segundo o advogado, “não existe” a conversa publicada na imprensa na qual supostamente a mulher falou com um amigo preso por tráfico de maconha e lhe disse sobre os benefícios que poderia tirar do julgamento contra Strauss-Kahn.

A conversa teria dado a entender que ela conhecia a identidade do então dirigente do FMI, fato que negou em depoimento.

Relembre o caso

Strauss-Kahn renunciou ao cargo de diretor-gerente do FMI em maio, após o escândalo provocado pela denúncia de agressão sexual por parte da mulher guineana de 32 anos. O caso comprometeu sua carreira política na França, onde era considerado um candidato potencial à Presidência em 2012.

Libertado sem pagamento de fiança no dia 1º de julho, após passar um período detido e em prisão domiciliar, o ex-diretor do FMI recebeu sete acusações, incluindo de tentativa de estupro, que podem resultar em dez anos de prisão. Ele se declarou inocente das acusações.

O caso teve uma guinada espetacular após a descoberta de falhas e contradições no depoimento da funcionária do hotel, o que deixou a Promotoria em situação complicada. A investigação, no entanto, prossegue.

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Fonte: R7

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