A meta é que a cobertura das vacinas atinja os 95%, o que representa mais de 10 milhões de crianças imunizadas contra o sarampo e mais de 12 milhões contra a poliomielite
A partir do dia 8 de novembro (sábado) começa a Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomelite e o sarampo. O objetivo será manter a erradicação da poliomielite no país e controlar os casos de sarampo, que têm aparecido sobretudo no nordeste. O anúncio da ação foi feito nesta quinta (30) pelo Ministério da Saúde.
“Estamos já há 25 anos sem casos de poliomielite no Brasil”, destacou o Secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. No entanto, apesar de a maioria dos países desenvolvidos estar livre da doença, ainda há casos em regiões da África e da Ásia, por isso, é necessário manter em dia a cobertura da vacinação. “Não há outra alternativa para nós que não seja a mobilização nacional e a intensificação da cobertura”, explicou o ministro da Saúde, Arhur Chioro.
A campanha contra a poliomielite espera vacinar 12,7 milhões de crianças por todo o país, tendo como alvo desde bebês de 6 meses até crianças menores de 5 anos. Serão 17,8 milhões de doses da vacina oral poliomielite (VOP), a “gotinha”. Vale lembrar que a primeira imunização das crianças contra a pólio deve ser feita aos 2 meses, com a vacina inativada poliomielite (VIP). Os bebês maiores de 6 meses que não receberam essa primeira picada, devem tomar a VIP.
Sarampo
Essa doença ainda se manifesta em regiões da Europa, Ásia e África. Por isso, a campanha terá como foco crianças de 1 a 5 anos, visando evitar a contaminação por meio de casos importados – espera-se que 10,9 milhões de crianças sejam vacinadas. No estado do Ceará, que teve 224 casos no período de março de 2013 a março deste ano, e também em algumas cidades de Pernambuco, a campanha teve que ser adiantada para interromper a cadeia de transmissão da doença. Não por acaso, Fortaleza foi escolhida como sede de lançamento da campanha. A vacina que protege contra o sarampo é a tríplice viral, que também imuniza contra a caxumba e rubéola.
Serão duas semanas intensas de campanha: do dia 8 ao dia 28 de novembro. Porém, tanto a vacina contra a poliomielite quanto a vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola ficam disponíveis o ano todo no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Os pais, mães e responsáveis hoje têm muita clareza sobre a importância de manter em dia o calendário vacinal das crianças”, disse Chioro. Mas para dar uma forcinha às famílias nesse quesito, o Ministério da Saúde lançou um aplicativo gratuito que funciona como uma carteira de vacinação eletrônica: a partir da idade e do registro das imunizações já realizadas, o programa emite alertas sobre as próximas vacinações. Todas as vacinas oferecidas pelos SUS estão cadastradas e é possível registrar até 10 carteiras de vacinação diferentes. Quem tem Android já pode baixar o aplicativo, que, em breve, estará disponível na versão iOS.
Também conhecida como paralisia infantil, a poliomelite é causada pelo poliovírus, que pode ser transmitido por meio do contato com fezes ou secreções expelidas pela boca. A paralisia dos membros inferiores acontece quando o vírus atinge o cérebro atacando os neurônios motores. Se o vírus chegar às células nervosas que controlam a musculatura envolvida no sistema respiratório e de deglutição, a doença pode ser fatal. Em junho deste ano, o vírus foi encontrado em amostras recolhidas no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), mas não houve casos de contaminação humana.
Já o sarampo é provocado pelo Morbili vírus, que pode ser transmitido por secreções produzidas nas vias respiratórias, eliminadas pela tosse e espirro. O principal sintoma da doença são manchas avermelhadas pela pele, além de febre, tosse, conjuntivite, moleza, coriza, falta de apetite e manchas brancas na parte interna das bochechas. Em gestantes, a doença é especialmente grave, pois pode provocar parto prematuro e até mesmo aborto. O Brasil não tem transmissão autóctone do sarampo (dentro do país), apenas casos importados que, às vezes, podem gerar uma contaminação secundária. A única forma de prevenção da doença é por meio da vacina.
Fonte: Revista Crescer