A tarifa de pedágio das rodovias paulistas foi a “bola da vez” na visita que três candidatos ao governo de São Paulo fizeram ontem a Ibitinga (SP), durante a 37ª Feira do Bordado, sem se encontrar.
Geraldo Alckmin (PSDB) reafirmou que pretende rever as tarifas que foram estabelecidas quando ele era vice de Mario Covas, mas não deu detalhes. Aloizio Mercadante (PT) defendeu uma redução e Paulo Skaf (PSB) chegou a dar percentual dessa redução: 50%.
Mercadante disse que foi abordado por visitantes da feira que reclamaram das tarifas de pedágio. “De São Paulo até Ibitinga eu gastei R$ 90 de pedágio”, disse.
Para cumprir a promessa de reduzir as tarifas, Mercadante afirmou que uma das possibilidades seria alongar o prazo das concessões.
“O que nós pretendemos fazer é abrir uma negociação. Entre os instrumentos que nós temos, um deles é prorrogar o prazo de concessão para reduzir a tarifa, porque o governo do PSDB prorrogou prazos de concessão sem renegociar tarifa.”
Um pouco mais tarde, Skaf também criticou a tarifa dos pedágios, que ele afirmou ser prejudicial ao desenvolvimento do Estado.
O candidato defendeu a criação de um programa que chamou de “sem pagar”, que devolveria, por meio de abatimento no IPVA, parte do que o motorista gastasse com pedágio.
Segundo Skaf, o desconto seria limitado ao teto de 50% do IPVA, pois é a parte do imposto que fica com o Estado –a outra metade vai para o município onde o carro está licenciado.
Último a visitar a feira, já no início da noite, Alckmin até tentou mudar o foco das discussões, ao falar sobre geração de empregos. Porém, sobre os pedágios, voltou a dizer que é preciso rever caso a caso. Questionado pela Folha se isso significaria a revisão dos contratos de concessões, preferiu partir para o ataque ao PT.
“O PT falou que ia fazer isso [rever contratos] no Rio Grande do Sul, mas não fez absolutamente nada.”
Outros assuntos foram alvos de comentários dos candidatos. Mercadante disse que, se eleito, vai terceirizar a frota das polícias Civil e Militar. Já Skaf pretende criar subgovernadorias no interior.
Alckmin disse que vai zerar o número de presos em cadeias, transferindo todos para unidades prisionais.
Fonte: Folha de São Paulo