Carta de Recomendação dos Grupos Historicamente Excluídos e Subalternizados à Conferência Regional Nordeste de Ciência, Tecnologia e Inovação

 

Por: Arísia Barros

Nos dias 15 e 16 de abril, o estado de Alagoas foi sede da Conferência Regional Nordeste de Ciências, Tecnologia e Inovação, etapa anterior à Conferência Nacional, que acontecerá em Brasília, no período de 26 a 28 de maio.

A Conferência aconteceu no Centro de Convenções e Exposições Ruth Cardoso e congregou mais de 500 representantes dos estados do Nordeste, dentre cientistas, pesquisadoras, pesquisadores, professoras, professores, estudantes,representantes dos movimentos sociais,de diversas instituições locais e nacionais e teve como objetivo aprimorar as discussões sobre desenvolvimento científico e as possíveis inovações para adequá-lo as diversas especificidades da região Nordeste.


Participamos da Conferência Regional como representante do movimento social negro e evidenciamos a urgente e necessária democratização da Ciência na criação de oportunidades mais efetivas para esse segmento da população.


Ao participamos de oficinas temáticas fizemos sugestões e as elencamos em uma carta de recomendação que foi entregue à mesa de encerramento.


Diante do consenso da plenária a carta de recomendação foi integrada aos documentos finais da Conferência Regional de Ciências, Tecnologia e Inovação e será assunto de debate, em Brasília, no período de 26 a 28 de maio, na Conferência Nacional.

“Nós, representantes dos estados do Nordeste aqui reunidos na Conferência Nordeste de Ciência, Tecnologia e Inovação, que acontece na cidade de Maceió-AL acreditamos que é de fundamental importância reunir, em um mesmo ambiente o universo do mundo acadêmico,instituições governamentais e sociedade civil visando a troca acumulativa de saberes com o propósito de inovar a formação e desenvolvimento da cultura da ciência que agrega e visibiliza os múltiplos e diversos contributos sociais.
Partindo do pressuposto de que a ciência deve ser uma ferramenta a serviço do bem estar comum, propomos ao Ministério da Ciência e Tecnologia e a todos órgãos com legitimidade e competência no processo de, ao inovar, promover ações diferenciadas, um olhar mais abrangente com ações profícuas e que possibilitem a eficiente inclusão dos grupos historicamente excluídos e subalternizados, dentre eles negros e indígenas.

Em recente pesquisa negros são números qualitativos no diagnóstico da exclusão digital.
Recomendamos, ainda a efetivação de nos próximos editais a inclusão de propostas de pesquisas cientificas que possibilitem autonomia e impacto real na qualidade de vida,da sociedade, com as especificidades dos grupos historicamente excluídos.
Recomendamos a elaboração de um maior número de editais de Cooperação Internacional com os países africanos de língua portuguesa estabelecendo um processo de cooperação com estes países refletindo sobre as políticas da exclusão sócio-histórica da população negra.

 

Recomendar aos editais voltados para as populações tradicionais (comunidades quilombolas, religiões de matriz-africana, etc.) o retorno dos resultados obtidos, visando o fedbeck social.

 

Recomendar aos Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia, os antigos CEFETS o cumprimento determinado pelo Ministério de Educação para inclusão da educação anti-racista prevista na Lei Federal nº 10.639-03, que garante o estudo da história de África e dos afro descendentes no currículo escolar de todas as áreas do conhecimento.
Por fim afirmamos que pensar ciência é repensar paradigmas na promoção da real inclusão da sociedade.

 

 

Fonte: CADAMINUTO

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