Casa da Borboleta promove 1º Encontro de mulheres que pariram em Casas de Parto

Atividade pretende discutir as políticas públicas ligadas à maternidade e o acesso à informação da existência das casas de parto

Simone Freire

Neste sábado (3), a Casa da Borboleta, primeiro espaço de apoio ao parto humanizado ativo na zona leste de São Paulo, realiza o 1º Encontro de mulheres que pariram em Casas de Parto. O objetivo do encontro é discutir políticas públicas votadas à maternidade, como a questão da humanização do parto, além de promover a troca de experiências entre mães. Embora trate de uma pauta feminina, “o evento será aberto a todo público que se interessa pela questão da saúde da mulher”, ressalta Camila Salmazio, da Casa da Borboleta.

As Casas de Parto são lugares exclusivos à realização de partos naturais e humanizados sem intervenções médicas desnecessárias, colocando as mulheres como protagonistas do processo. “Há uns cinco anos a gente não ouvia falar tanto na questão do parto humanizado. Hoje, as redes sociais têm sido uma grande aliada dessa causa. Este ano já aconteceu a marcha pelo parto humanizado e conseguimos avançar na luta pela a inclusão das obstetrizes no parto. Estas coisas me levam a acreditar que as mulheres estão começando a pensar melhor na estrutura do parto”, comenta Camila.

Em São Paulo só existem duas Casa de Parto: a Casa do Parto de Sapopemba, única mantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e a Casa Ângela, da Associação Comunitária Monte Azul, localizada na zona sul. Para discutir a ausências de políticas públicas referentes à humanização do parto, entre as convidadas do evento está a vereadora Juliana Cardoso (PT), autora do projeto de Lei Nº 542/09, que cria o programa Centro de Parto Normal-Casa de Parto, e do PL Nº 359/13, que trata da inclusão de obstetrizes nos serviços da rede municipal.

Além da vereadora, o encontro terá a participação de Franciely Schermak, enfermeira obstetra e responsável técnica da Casa Ângela; a Dra. Ruth Osava, diretora (entre 1998 e 2003) da Casa do Parto de Sapopemba e docente do Curso de Obstetrícia da Escola de Artes Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP); e, como convidada especial, Criméia Almeida, ex-guerrilheira do Araguaia e membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos/SP, que contará sua experiência em assistir 29 partos durante o conflito armado, em meio ao Araguaia, no início da década de 1970. A mediação será da coordenadora da Casa da Borboleta e idealizadora do evento, Reila Miranda.

A atividade será realizada no Teatro Studio Heleny Guariba, Praça Roosevelt, 184, Consolação. Terá início às 14 horas com a apresentação do “Materna em Canto”, um coral de mães, bebês e crianças.

Para participar é necessária inscrição prévia através do e-mail: [email protected] ou pelo telefone (11) 2091-0232 em horário comercial. A entrada é colaborativa.

 

Fonte: Brasil de Fato 

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