Caso Amarildo: Direitos Humanos contesta relatório da polícia

O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), entregou à chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, pedido de esclarecimentos sobre o relatório do ex-delegado adjunto da 15ª Delegacia de Polícia (Gávea) Ruchester Marreiros, a respeito do desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza.

Segundo o deputado, há um “abismo” entre o documento e a transcrição das gravações que o deputado incluiu no relatório. “O conteúdo não é só diferente, é antagônico. O nome dos traficantes não aparece e sim o nome do policial que fez a prisão do Amarildo. Há um abismo entre o que o delegado diz que tem em uma determinada escuta e o que a transcrição oficial, que consta nos autos, tem como conteúdo”, explicou o deputado.

De acordo com o deputado, a gravação em que o delegado afirma ser mencionado o termo “boi”, por traficantes, associado por Marreiros a Amarildo, não tem esse conteúdo na transcrição oficial, que também está anexada à investigação. Em vez disso, segundo o deputado, na gravação não consta o nome dos traficantes, mas o do policial Vidal, que é chamado de Vital, como alguém que poderia explicar o sumiço de Amarildo. De acordo com Freixo, a chefe de polícia prometeu investigar para dar um retorno o mais rápido possível.

Freixo comentou o trajeto do carro da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, que transportou Amarildo. O trajeto foi obtido por meio do GPS do rádio, que registrou a passagem do veículo pelo centro e pela zona portuária, por quatro batalhões e pelo Hospital Central da Polícia Militar.

“O GPS mostra algo muito preocupante. O trajeto feito por aquele carro não é normal, ainda mais em uma noite como aquela. Tem que ser explicado”, disse o deputado, que entende ser a falta de respostas o pior cenário para as UPPs: “O pior não é se chegar à conclusão de que houve um problema com a polícia, o pior é termos cada vez mais perguntas e as respostas não chegarem nunca”, disse o deputado.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública informou, por meio de nota, que os dados do GPS do rádio foram anexados ao inquérito e que sua obtenção foi demorada por ter sido feita de forma manual. De acordo com a secretaria, o georreferenciamento é uma função secundária dos rádios, à qual se teve que recorrer porque o GPS principal instalado na viatura estava quebrado.

O presidente da comissão foi também ao Ministério Público Estadual entregar o ofício em mãos ao procurador-geral Marfan Vieira. Caberá ao promotor Homero das Neves analisar o documento.

Fonte: Vermelho 

+ sobre o tema

Desemprego feminino cresce duas vezes mais que o masculino

Fonte: Bem Paraná - Desde o agravamento...

Brasil apresenta compromissos para eliminar violência contra criança

O Brasil reafirmou perante a comunidade internacional oito compromissos...

Mais de 335 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil

O número de pessoas vivendo em situação de rua...

para lembrar

Portal Geledés recebe prêmio como imprensa negra brasileira

O que faz uma organização ser reconhecida como um...

Mortalidade materna no Brasil teve queda de 21% de 2010 para 2011

Pesquisa divulgada nesta sexta pelo Ministério da Saúde indica...

Advocacia pro Bono – O Direito é um Direito de todos!

Por que isto é importante No Brasil, o...
spot_imgspot_img

Mais de 335 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil

O número de pessoas vivendo em situação de rua em todo o Brasil registradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal,...

Geledés participou do Fórum dos Países da América Latina e Caribe

A urgência da justiça racial como elemento central da Agenda 2030 e do Pacto para o Futuro, em um ano especialmente estratégico para a...

Na ONU, Anielle Franco diz que reparação pela escravidão é ‘inegociável’

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, defendeu na ONU, nesta segunda-feira, a ideia de uma reparação diante dos crimes contra a humanidade cometidos...
-+=