Celso Athayde – Desenvolvimento

Apesar de não ter frequentado a escola por muito tempo, aprendi na escola da vida que a forma como nomeamos os objetos, pessoas e lugares são muito importantes. O nome traz consigo uma gama de ideias pré-estabelecidas que conhecemos durante um tempo, talvez por toda uma vida. É o tal do preconceito.

Essa reflexão me levou a crer que não temos mais o direito de nos dirigir aos moradores das favelas como pessoas carentes, oprimidas, marginalizadas ou coisas que o valham. Temos que encontrar outra formas, pois ninguém quer se associar ou ser associada a uma imagem negativa. Hoje o Brasil já é a sexta economia mundial , as empresas começaram a bater no teto e buscam novas formas de investimentos, buscam outros marcados, e claro, encontram nas favelas um lugar fértil para se instalar ou se associar. Não há nada de errado nisso, isso não pode ser tratado como oportunismo, mas como oportunidades, inclusive para as favelas. É comum nos dias de hoje abrirmos os jornais e vermos fartas notícias sobre o poder econômico da favela, apesar das dificuldade que essas pessoas passam. As próprias organizações que trabalham em favelas estão mudando seus discursos, saindo do campo dos marginalizados, sofridos e oprimidos e passando a perceber que de fato existe um potencial que deve ser colocado com um ativo de fato. Afinal, o que a favela quer? E o que as empresas querem? As empresas se organizaram e a favela precisa se organizar, assim como fez o movimento sindical . Para então sentar coletivamente nas mesas de negócios e pensar alternativas para levar felicidade para o território, e com um pouco de trabalho, se tornarem bairro e deixar de ser favela.

A favela pulsa, consome todos os tipos de produtos e bens . A diferença é que alguém do asfalto compra um tênis da Nike sem esforço e uma mãe favelada faz horas extras dia e noite para dar um ao seu filho. Temos que ver a favela como um grande ativo que não está resolvido. Como um espaço de riqueza que precisa ser melhor explorado e avançar. Precisamos ver a favela como um lugar de negócios , de capital humano cuja mão de obra precisa ser melhor lapidada e qualificada, mas carente não, nunca. Deixemos o conceito de carente para quem tem realmente sofre de carência, seja ele rico ou pobre. A expressão “carência” não precisar ser propriedade e exclusividade de quem mora em favelas.

Acho importante o Brasil discutir o desenvolvimento global e nacional. Acho importante falarmos em balança comercial, PIB e seus conceitos econômicos. Sendo que a cada dia uma favela aparece por aí. Se o Brasil se desenvolver, alcançar a primeira colocação do ranking mundial da economia e as favelas continuarem existindo ou ao menos não se desenvolverem, corremos o risco de sermos a primeira economia formal e a maior população marginal.

 

 

 

Fonte: Yahoo

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