Centro brasileiro de Justiça Climática lança programa de fellowship exclusivo para jornalistas negros e negras 

Crédito: Centro Brasileiro de Justiça Climática

O Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), organização nacional de destaque na luta por justiça climática e racial, acaba de lançar o Programa de Fellowship para jornalistas. Com foco exclusivo para jornalistas negros, o programa visa apoiar a produção de reportagens investigativas sobre como mudanças climáticas afetam as populações afrodescendentes no Brasil. Este projeto pioneiro, apoiado pelo Google e Porticus, surge em um momento crítico, quando a emergência climática exacerba as desigualdades estruturais no país. 

O programa terá uma duração de três meses e selecionará dez jornalistas (dois por região) do Brasil, oferecendo uma bolsa mensal de R$ 2.500 e apoio técnico para a produção de matérias.

Os interessados devem disponibilizar carga horária de 15 horas semanais e participar das atividades formativas. Para se inscrever, é necessário que os candidatos sejam jornalistas, profissionais ou freelancers, com experiência comprovada na produção de reportagens. 

Na inscrição, o candidato precisa apresentar uma sugestão de pauta com possíveis fontes, em uma das áreas de abrangência do programa: como água e recursos hídricos; transição energética; fome e segurança alimentar; saúde e raça; emprego e renda; democracia e direitos; terra, território e moradia, interseccionalidades entre outros.

Para Andréia Coutinho Louback, diretora do CBJC, o programa de fellowship é um passo essencial para corrigir uma falha histórica na cobertura jornalística sobre o clima e negritudes no Brasil. “A população negra tem sido sistematicamente excluída das discussões, tanto como especialistas quanto como protagonistas nas soluções que propõem. Nos jornais, muitas vezes somos mencionados como população vulnerabilizada diante das crises climáticas, mas raramente reconhecidos pelas práticas de preservação da natureza que herdamos e cultivamos, ao longo das gerações. Toda essa falta de representatividade nas redações e na produção jornalística contribui para essa invisibilidade. Com esse programa, estamos fazendo uma aposta de ter um olhar único e crucial para a construção de pautas, nos princípios da justiça climática, sobre o clima e as questões raciais, ampliando a pluralidade de vozes negras, perspectivas nas reportagens e ajudando a redefinir as narrativas sobre o futuro do nosso Brasil”, concluiu. 

O programa vai oferecer mentoria especializada para a produção e divulgação das reportagens produzidas. As inscrições estão abertas de 14/03/2025 até às 23h59 de 30/03/2025. Mais informações podem ser obtidas através do link: https://cbjc.com.br/pt/centro-brasileiro-de-justica-climatica-lanca-programa-de-fellowship-exclusivo-para-jornalistas-negros-e-negras/ 

Sobre o CBJC

O Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC) é uma organização nacional da sociedade civil dedicada às temáticas da população negra na agenda climática do Brasil. Nossa missão é ampliar o debate público e influenciar políticas públicas de justiça climática e equidade racial a nível local, regional e nacional. A emergência climática é uma crise de enfrentamento às desigualdades estruturais. Sabemos que o racismo é um sistema de opressão em toda a sua dimensão política e social. Portanto, discutir justiça climática é, antes de tudo, enfrentar o racismo ambiental.


Mariana Belmont – Jornalista e assessora de Clima e Racismo Ambiental de Geledés – Instituto da Mulher Negra, faz parte do conselho da Nuestra América Verde e da Rede por Adaptação Antirracista. E organizadora do livro “Racismo Ambiental e Emergências Climáticas no Brasil” (Oralituras, 2023).

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