Chacina de Osasco e Barueri – 5 anos de impunidade

Enviado por / FontePor Rodnei Jericó

Na data de 13 de agosto de 2020, completou cinco anos da CHACINA DE OSASCO BARUERI – São Paulo, do qual 23 jovens negros foram violentamente mortos por policiais, conforme consta do processo. Judicial.

O movimento das mães e familiares que tiveram seus entes queridos assassinados na noite de agosto de 2015 promoveu no dia de agosto ato em Osasco, no Munhoz Júnior, para lembrar seus entes e exigir justiça. O ato reuniu o movimento de Mães da Zona da Leste, Mães de Maio, representantes de organizações da sociedade civil e moradores da comunidade que se solidarizam com as famílias para lembrar as autoridades e o poder público, que continuarão em luta para que os acusados sejam efetivamente responsabilizados.

“Ninguém morre duas vezes” – afirma a Dona Zilda, mãe de uma das vítimas da chacina, e que busca incansavelmente que todos os autores da chacina que levou seu único filho embora, sejam responsabilizados, cobrando do Estado respostas de combate a esta política genocida, onde as vítimas em especial são homens negros e moradores de periferia.

As falas das MÃES DE MAIO e das MÃES DA LESTE, também seguiram a mesma tônica, sem perder a esperança de que um dia haja uma resposta efetiva para as famílias vítimas da violência de Estado e do racismo estrutural, onde as vítimas majoritariamente tem em sua pele, o quesito necessário para virar dado estatístico da violência do Estado. O Geledés apoiou o ato através de seu projeto “Enquanto Viver, Luto” que reúne mulheres de diferentes segmentos sociais. Para Neon Cunha, integrante do Projeto, só através da empatia e da união de forças seremos capazes de transformar a sociedade injusta e desigual, que autoriza que pessoas sejam penalizadas por sua condição de gênero, raça, regional e orientação sexual.

A cada 23 minutos um jovem negro é morto no Brasil, o que buscam as famílias de vítimas é simplesmente que estes sejam vistos pelas autoridades como seres humanos, e como tais, tenham seu direito e memória respeitados. Há necessidade urgente de que o Estado reveja procedimentos, há necessidade de que políticas públicas sejam efetivamente implementadas para o combate a violência e ao racismo estrutural posto no cotidiano das comunidades mais periféricas e pobres. Temos que mudar o estigma de que o negro, e o pobre tem menos direitos, menos direito a educação, menos direito a saúde, menos direito a moradia, menos direito a vida.

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...