Dentre inúmeras coisas que nós brasileiros temos em comum, desde o norte até o sul do país, certamente podemos destacar o fato de que, ao nosso redor, sempre há alguém que se declara evangélico. E ainda mais natural do que conhecer evangélicos é saber de alguém que está afastado, desviado, desigrejado ou que decidiu não mais fazer parte da igreja, os ex-evangélicos.
Apesar desse não ser um dado surpreendente nos dias de hoje – já que uma das características do cristianismo evangélico (categoria ampla e diversa) é o trânsito religioso – os dados mais recentes evidenciam um fato relevante: quase 60% dos adeptos declaram-se negros (pretos ou pardos)1. Esses números parecem acompanhar o crescimento geral de autodeclaração da população negra no Brasil atualmente, que foi de 50% em 2010 para mais de 55% em 2022, de acordo com o Censo/IBGE.
Diante desse panorama, queremos te perguntar:
Você se considera uma pessoa negra que já foi evangélica? Ou ainda não sabe bem como se definir mas acha que tem um perfil e/ou forma de crer diferente da maioria dos evangélicos? Você defende e bota fé em alguns valores bíblicos que aprendeu na igreja, mas não se identifica com vários comportamentos e crenças que a sua antiga comunidade ainda defende?
Independente da razão, se você é uma pessoa negra com até 45 anos de idade, que já passou pela igreja evangélica ou, ainda está vinculada mas considera que sua relação mudou, esse questionário é pra você!
Essa é a pesquisa piloto da plataforma Antroporaça: “Cristianismo evangélico, imaginação cultural radical e autodeterminação negra“, que é em um mapeamento de pessoas negras jovens e ex-evangélicas, desigrejadas, afastadas ou desviadas. O mapeamento é uma primeira fase de um projeto de 4 etapas que buscará investigar, produzir, sistematizar, elaborar e compartilhar conhecimento sobre valores, personalidade, emoções, sentimentos, opiniões, hábitos e experiências (subjetividades) das pessoas negras marcadas pelo cristianismo evangélico no Brasil. Combatendo o Epistemicídio²2 e possibilitando que a pluralidade de vozes negras ecoe.
Clique aqui https://forms.gle/bKPiTqhcf2hwcfwcA e responda o questionário.
Esse projeto é produzido pela cientista social e antropóloga recifense Thayane Fernandes, e faz parte da sua investigação de doutorado na Universidade Federal de Pernambuco.
- (DATAFOLHA, 2020) ↩︎
- CARNEIRO, Sueli. Dispositivo de racialidade: a construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Rio de Janeiro: Zahar, 2023. ↩︎
Thayane Fernandes é bacharel em Ciências Sociais, mestra e doutoranda em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco.
Foi pesquisadora visitante no Quebec e Texas através de prêmios de pesquisa no exterior, passando também pelo Oriente Médio. Discute cristianismo evangélico; primeiras infâncias e adolescências; gênero, violência e saúde; educação; artes e subjetividades; antirracismo; judaísmos.