Charlie Hebdo passa de todos os limites ao ironizar criança síria que morreu afogada

A revista francesa Charlie Hebdo voltou aos holofotes nesta quinta-feira (14).

Do Brasil Post

A publicação, que foi alvo de um atentado terrorista em janeiro do ano passado, estampou o menino sírio Alan Kurdi em uma das suas charges.

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Foto: REPRODUÇÃO/TWITTER

A figura, que está nas páginas da última edição da Charlie Hebdo sugere que Alan assediaria mulheres caso chegasse e crescesse na Alemanha.

“No que teria se transformado o pequeno Aylan se ele tivesse crescido?”, diz a legenda. “Apalpador de bundas na Alemanha”.

A figura tenta ligar a morte do menino, que fugia com sua família do conflito sírio, ao recente episódio de assédios sexuais em Colônia, onde a maioria dos suspeitos era de origem estrangeira. Os ataques levantaram o debate sobre o crescente fluxo de imigrantes e refugiados na Alemanha.

O site news.au, no entanto, pondera que a charge pode ser uma tentativa em satirizar a atitude da extrema-direita europeia, que sustenta que todos os refugiados são criminosos em potencial.

Já segundo o Mashable, parte da família de Alan, que vive no Canadá, chamou o desenho de “nojento”. O pai, a mãe e o irmão de Alan tentavam chegar na Europa para, de lá, ir ao Canadá. O pedido de asilo da família no país norte-americano foi negado e, após perder os familiares, o pai da Alan voltou para a Síria.

A foto de Alan, morto nas areias de uma praia da Turquia, ganhou repercussão mundial e chamou – ainda mais – atenção da imprensa para a crise de refugiados. Em setembro, a publicação já havia feito menção – e sofrido severas críticas – a Alan.

Melissa Fleming, porta-voz da agência para refugiados da ONU classificou a charge como “ultrajante”. Segundo o Mashable, a imagem é de autoria de Laurent Sourisseau, conhecido como Riss. Ele estava na redação do periódico quando os terroristas abriram fogo e deixaram 12 mortos. Ele foi atingido no ombro.

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