O vigilante Januário Alves de Santana, 39 –que acusa cinco seguranças do supermercado Carrefour, em Osasco (Grande SP), de agressão– sofreu uma fratura facial e deverá passar por uma cirurgia nesta quinta-feira (27), informou o advogado Dojival Vieira dos Santos.
De acordo com o advogado, ele sentia fortes dores no rosto desde o dia da agressão, em 7 de agosto e, nesta terça-feira, chegou a cancelar seu depoimento à polícia devido ao seu estado de saúde.
Hoje, ele procurou novamente um hospital, onde ficou constatado que havia sofrido uma fratura. De acordo com Santos, Januário terá de ser submetido a uma cirurgia no rosto nesta semana, porém, ainda não há detalhes sobre o procedimento.
“Isso só agrava a situação dos agressores. Independentemente do que for concluído no inquérito policial, está comprovado que ele sofreu uma violência grave”, disse o advogado à Folha Online.
Nesta quarta-feira (26), os advogados do vigilante pretendem entregar uma representação à polícia explicando detalhes do caso. Segundo eles, Januário não deve comparecer, mas estará à disposição da delegada responsável caso ela considere seu depoimento importante para a investigação.
Agressão
O vigilante registrou um boletim de ocorrência na polícia no qual afirma ter sido espancado após ser confundido com um assaltante. Segundo ele, a agressão ocorreu quando tentava entrar em seu carro –um Ford EcoSport– na noite do último dia 7. Santana, que é negro, afirma ter sido vítima de racismo.
“O negro com aparência humilde é o suspeito padrão. Mesmo ensanguentado, todo maltratado, ele foi tratado como suspeito até mesmo pelos policiais militares que atenderam a ocorrência, e teve que provar que o carro era seu para deixar o estacionamento”, disse Dojival à Folha Online.
Na semana passada, o Carrefour informou na última quinta-feira que afastou a gerência de sua loja em Osasco (Grande São Paulo) e substituiu a empresa que prestava serviços de segurança para o supermercado após o relato do cliente. Em nota, o supermercado afirma ainda que determinou o “máximo rigor na apuração dos fatos”.
A Polícia Militar afirma que abriu um procedimento interno para apurar se policiais que atenderam Januário foram negligentes na hora de prestar socorro ao vigilante após a agressão.