Clubes da Inglaterra apertam o cerco contra a homofobia e o racismo no esporte

As lutas contra a homofobia e o racismo no esporte ganharam aliados de peso nesta quinta-feira (2/2). Na Inglaterra, os 20 clubes da Premier League (primeira divisão) assinaram manifesto contra atitudes discricionárias em relação aos homossexuais. Na Bélgica, o Parlamento Europeu estabeleceu uma série de medidas para evitar a violência, inclusive racismo e discriminação religiosa, em jogos de futebol.

O posicionamento dos clubes ingleses é mais uma iniciativa na “guerra” contra a intolerância iniciada em março passado pelo governo britânico. Na ocasião, foi lançada a “Carta contra a homofobia”. Em junho, foi a vez de os responsáveis pela Premier League assinarem o documento. “O Campeonato Inglês e seus membros acreditam que qualquer um deveria participar e desfrutar do esporte”, assinalou o diretor executivo da entidade, Richard Scudamore.

No documento validado pelos clubes, há o comprometimento de fazer do futebol algo agradável para todos, sejam jogadores, torcedores ou pessoas que trabalham profissionalmente ou como voluntários nos estádios. “Todos devem ser bem-vindos”.

Mesmo com as iniciativas, jogadores que estão na Inglaterra relutam em assumir a homossexualidade. Até agora, o único caso conhecido de alguém que admitiu ser gay é o de Justin Fashaw. Porém, ele se suicidou em 1998, após ser acusado de agressão sexual a um adolescente.

A organização de defesa dos direitos dos homossexuais Stonewall diz que a maioria dos jogadores gays sofre pressões por parte de seus clubes e agentes para que não tornem pública a sua orientação sexual, para evitar a hostilidade dos torcedores.

RACISMO

O Parlamento Europeu, por sua vez, está preocupado com todo tipo de violência, entre elas o racismo. Propõe banir dos estádios do continente torcedores preconceituosos e agressivos. Pede, também, às federações que comandam o futebol, que sejam mais duras com a intolerância, com a criação de regras específicas.

O racismo tem se mostrado bastante presente no futebol europeu, apesar de todas das campanhas para combatê-lo. Nos últimos dias, o francês Cissé, que trocou a Lazio pelo Queens Park Rangers, foi alvo de vários xingamentos por meio do Twitter, feito por torcedores italianos.

Cissé tentou levar com tranquilidade e bom humor, mas perdeu a esportiva quando foi chamado de “macaco gigante” por um deles. “Desfile de idiotas”, postou, como resposta a todos que o ofenderam.

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS

A luta contra o racismo ainda parece longe de produzir efeitos na Inglaterra. O desdobramento de dois casos recentes mostra a diferença de tratamento dado a brancos e a negros. Enquanto o italiano Mario Balotelli, do Manchester City, foi julgado rapidamente por agredir um jogador do Tottenham, John Terry, o capitão do Chelsea que adora se meter em uma confusão, só irá a julgamento em 9 de julho por ofensas racistas contra Anton Ferdinand, do Queens Park Rangers. O caso ocorreu em dezembro.

Balotelli pegou quatro jogos de suspensão pela agressão e o Manchester City decidiu não apelar. O atacante ainda cumprirá dois jogos. Terry contratou uma empresa de advocacia para defendê-lo, jura inocência e faltou a uma audiência do processo que estava marcada para a última quarta.

Como ele também é capitão da seleção inglesa, há quem estranhe o fato de o julgamento só ocorrer após a fase final da Eurocopa. Acham que a protelação é proposital. Mas, nesta quarta, os jornais ingleses informaram que a própria federação do país estuda pressionar o técnico Fábio Capello para que não convoque Terry, como forma de puni-lo.

 

 

Fonte: JC

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