Com mais dois mil médicos, atendidos são 13 milhões

Programa que mobilizou protestos e mostrou reações preconceituosas da classe médica continua a mostrar seu efeito: neste sábado, 2.167 profissionais estrangeiros da segunda etapa do Mais Médicos (incluídos os cubanos) desembarcam em todos os estados; com o grupo, que começa a trabalhar no dia 4 em 783 municípios, número de brasileiros atendidos sobe de 5 para 13 milhões; “Enquanto houver brasileiros sem médicos, vamos trazer profissionais pelo Mais Médicos. Queremos atender toda a demanda da população”, disse o ministro Alexandre Padilha, que recepcionou a chegada em Goiânia; no RS, eles foram recebidos com flores pela ministra Maria do Rosário, dos Direitos Humanos

 

O programa que despertou reações preconceituosas e manifestações contrárias por parte da classe médica em todo o País mostra que continua a surtir efeito imediato na Saúde do País. Neste fim de semana, todas as capitais brasileiras recebem 2.167 profissionais estrangeiros, que participam da segunda etapa do Mais Médicos. Eles atenderão, a partir do dia 4 de novembro, em Unidades Básicas de Saúde de 783 municípios.

Com o novo grupo, que se junta aos 1.499 médicos que já estão atuando em regiões carentes do País, o número de brasileiros atendidos por médicos do programa passam de cinco para 13 milhões. “Enquanto houver brasileiros sem médicos, vamos trazer profissionais pelo Mais Médicos. Queremos atender toda a demanda da população”, disse neste sábado o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que esteve em Goiânia (GO) para recepcionar a chegada de 57 médicos estrangeiros.

Segundo o ministério da Saúde, todos os profissionais que chegam hoje às capitais foram avaliados durante três semanas por universidades federais. Eles foram testados em Língua Portuguesa e nos protocolos de atenção básica do SUS. Do total de participantes, 1.947 foram aprovados, 14 terão mais duas semanas de avaliação e outros 220 realizarão a prova neste sábado. A etapa de avaliação ocorreu simultaneamente em quatro capitais – Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte e Vitória.

Com exceção destas cidades, onde permanecerão os profissionais que atuarão no Distrito Federal, no Ceará, em Minas Gerais e no Espírito Santo, todas as capitais receberão médicos do programa. Antes de irem às cidades onde atenderão à população, os médicos estudarão, durante uma semana, os problemas de saúde mais comuns de cada região e conhecerão a rede de saúde daquele estado.

De acordo com a pasta de Alexandre Padilha, este acolhimento é fundamental para que os médicos saibam a que hospitais, clínicas ou outras unidades de saúde encaminhar pacientes que necessitem de atendimento especializado, como cirurgias. Como previsto na Medida Provisória (MP) que instituiu o Mais Médicos, os profissionais do programa só podem atender nas unidades básicas de saúde da rede pública, que resolvem 80% dos problemas de saúde, segundo o governo.

DISTRIBUIÇÃO REGIONAL – A região Nordeste é a mais atendida com os médicos desta etapa do programa, com 928 profissionais. Em seguida vêm o Sudeste (517), o Norte (358), o Sul (244) e o Centro-Oeste (120). Com relação à quantidade de municípios beneficiados, o ranking fica: Nordeste (432), Norte (141), Sudeste (100), Centro-Oeste (36) e Sul (74).

O grupo que chega neste fim de semana às capitais contém os dois mil médicos cubanos que participam do programa Mais Médicos por meio de cooperação entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). Estes profissionais ocuparam vagas que não foram preenchidas por médicos brasileiros ou estrangeiros que aderiram ao edital de chamamento individual.

A distribuição desses profissionais seguiu critérios técnicos, que deram igual prioridade às cidades em que é maior a parcela da população que depende completamente do atendimento ofertado pelo SUS e àquelas com alto percentual da população em situação de pobreza, conforme o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

EFEITOS – Só em setembro, foram registradas 320 mil consultas realizadas pelos médicos participantes do programa. Cada profissional do programa atua 40 horas por semana e realiza, diariamente, entre 20 e 30 consultas nas Unidades Básicas de Saúde, ampliando a capacidade de atendimento nas comunidades, sem necessidade de deslocamento desta população aos grandes centros.

A presença deles nas cidades impacta ainda no acesso aos medicamentos. Neste período, 13,8 mil pacientes retiraram medicamentos das farmácias populares com receitas emitidas por médicos do programa.

REGISTRO PROFISSIONAL – Durante a tramitação da MP, o Congresso Nacional decidiu que cabe ao Ministério da Saúde emitir as autorizações especiais provisórias para que os médicos estrangeiros atuem no Brasil, exclusivamente no âmbito do Mais Médicos.

Nesta semana, já receberam este aval os 680 médicos da primeira fase do programa, entre eles 196 que ainda não tinham obtido registro provisório junto aos conselhos regionais de Medicina. Na segunda etapa, a emissão já ocorrerá diretamente pelo Ministério da Saúde.

Com o documento, os médicos com diplomas do exterior ficam aptos a exercer a Medicina por três anos. Durante este período, não poderão atender em qualquer unidade de saúde que não aquela para que foi designado pelo programa Mais Médicos. Ou seja, o trabalho ocorrerá apenas na atenção básica da rede pública.

Com informações do Ministério da Saúde

 

Fonte: 247

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