Neste ano, três casos envolvendo alunos e professores da UFMG causaram repercussão
Nos últimos meses, a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) se tornou palco de polêmicas envolvendo estudantes e professores da instituição. Apenas neste ano, uma estudante foi espancada durante uma calourada, profissionais foram afastados por assédio e quatro alunos respondem a um processo administrativo por um trote com conteúdos racista e nazista.
O trote dos alunos da faculdade de Direito causou revolta na internet em março. As imagens foram publicadas no Facebook e compartilhadas rapidamente. Uma das fotos mostra um veterano segurando uma estudante acorrentada, com a pele pintada e com um cartaz escrito “caloura Chica da Silva
Outra imagem que circulou na internet tem um aluno amarrado enquanto outros fazem uma saudação nazista. Ao todo, 198 estudantes foram processados, mas apenas quatro vão responder pelas práticas consideradas “incompatíveis com a dignidade universitária”
Em agosto, durante uma calourada dentro do campus da universidade, uma jovem de 26 anos afirmou ter sido espancada. Durante a festa, a estudante teria sido agredida sem nenhuma chance de reação após um desentendimento com o ex.
— Tivemos um desentendimento e ele começou a me agredir. Me empurrou e logo em seguida, como eu caí no chão, ele começou a me arrastar pelos cabelos, tanto que minha cabeça está com algumas feridas
Segundo a universitária, as agressões aconteceram no gramado da faculdade de Belas Artes. Ela afirma que o ex-namorado a arrastou até a calçada. Duas pessoas, supostos seguranças da universidade, assistiram a cena, mas preferiram ignorar a situação.
— Eles continuaram caminhando e não me socorreram
Depois que o ex-namorado foi embora a estudante procurou a polícia e denunciou o suposto agressor à Delegacia de Mulheres. Ela teme que, por ser de classe média, o rapaz não seja punido. A aluna também denunciou casos frequentes de violência contra a mulher e ações de homofobia e racismo no campus da UFMG
— Eu estou me expondo justamente para que não sejam invisibilizados esses casos. Vários homossexuais já foram agredidos ali dentro
Na última semana, dois professores foram denunciados por estudantes por condutas irregulares. Segundo as informações, Francisco Coelho, que leciona no curso de Ciências Sociais, teria assediado uma aluna em sala de aula, dizendo que gostaria de queria “vê-la na horizontal”. Já outra caso apresentado pelos alunos é o de Antônio Zumpano, que ministra a disciplina de matemática no curso de Gestão Pública. Os universitários alegam que o profissional tem costume de utilizar as redes sociais para postar mensagens homofóbicas.
A denúncia foi encaminhada para a reitoria da universidade, Ministério Público e para o Ministério da Educação. As paredes e portas do prédio onde os professores dão aula foram pichadas. Uma sindicância foi organizada para avaliar a situação. Dois professores e um aluno serão responsáveis por analisar provas e dados sobre o caso.
Fonte: R7