A criação do mundo é contada pelo olhar dos Iorubás na peça Gênesis, o Mix da Criação apresentada no Auditório Ibirapuera

Chegando em São Paulo pela primeira vez, a encenação do grupo Afro Circo leva ao palco da casa a mitologia que influenciou o nascimento de várias religiões no Brasil, entre elas, o candomblé, e faz um tributo a Benjamim de Oliveira, primeiro palhaço negro do Brasil

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No dia 16 de dezembro, sexta-feira, às 21h, o Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer apresenta o espetáculo Gênesis, o Mix da Criação, do Afro Circo, grupo formado nas oficinas artísticas do AfroReggae no Rio de Janeiro. Encenada pela primeira vez na capital paulista, a montagem tem como base a lenda africana onde Olorum, o Deus supremo dos Iorubás, criou o universo. A história, contada por este povo originário da Nigéria através dos tempos, influenciou o nascimento de várias religiões no Brasil, entre elas, o candomblé, e possibilitou uma das conexões entre a África e o Brasil.

Fazendo um tributo ao primeiro palhaço negro do Brasil, Benjamim de Oliveira (1870-1954), o diretor geral do espetáculo, Johayne Hildefonso, toma emprestada a sua figura para conduzir a narrativa sobre o ato da criação. Segundo a lenda iorubá, Olorum jogou na terra cinco galinhas-d’angola e mandou que elas ciscassem, para separar os cinco continentes. Os Orixás, em festa, tomaram conta do planeta e criaram todas as coisas e os seres humanos. Assim, o personagem perpassa o texto no palco entre luzes, cores e movimentos em uma paródia à explosão do cosmos e ao nascimento da vida.

Representados pelo elenco do Afro Circo – Adair da Silva, Alex Schitine, Carla Albuquerque, Daniel Cunha, Elon de Souza, Jéssica Bebe, Jucilene Regina, Junior Paixão, Márcio Foox, Victor Timbel, Wanderson Silva e Will Junior –, os orixas e as yabás dão vida à encenação, que vai do clássico ao contemporâneo. A montagem, repassa à arte circense o gingado brasileiro utilizando símbolos e elementos cotidianos da cultura do país, quebrando, assim, o padrão de palhaços tradicionais vestidos de cetim para dar lugar à mitologia africana.

A trilha sonora é executada ao vivo pelos músicos Adilson Junior, teclados e MPC; Caê Melo, baixo; Clovis Alexandre, bateria; Joel Dias, guitarra; e na percurssão Anderson Dada, Juninho Manga, Luciano Santos e Wallace Rocha.

Sobre o Afro Circo

O Afro Circo surgiu no Cantagalo no final de década 90, com a formação da trupe a partir das oficinas artísticas do AfroReggae. Hoje, o grupo profissional apresenta a cultura africana em seus espetáculos A sua história começa precisamente em 1996, em Montreal, quando José Júnior, Coordenador Executivo do AfroReggae, conheceu Guy Laliberté, fundador do Cirque du Soleil, no Seminário sobre Movimento Popular. A ideia inicial era levar oficinas de circo para a comunidade Vigário Geral, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Entretanto, havia um grande interesse em trabalhar no Cantagalo e as primeiras cambalhotas foram dadas na comunidade da Zona Sul carioca. Com o tempo e muita dedicação, talentos foram revelados pelo Afro Circo, que até hoje segue exportando artistas para companhias circenses de todo mundo como o próprio Cirque du Soleil e o Ringling Bros, entre outros.

SERVIÇO

Gênesis, o Mix da Criação com Afro Circo – Grupo Cultural Afroreggae

Dia 16 de dezembro, sexta-feira, às 21h

Duração: 60 minutos (aproximadamente)

Ingressos: R$20 e R$10 (meia entrada)

Classificação indicativa: Livre.

Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer

Capacidade: 806 lugares

Av. Pedro Alvares Cabral, s/n – Portão 2 do Parque do Ibirapuera

(Entrada para carros pelo Portão 3)

Fone: 11.3629-1075

[email protected]

http://www.auditorioibirapuera.com.br/

Ar-condicionado. Acesso a deficientes. Proibido fumar no local.

Estacionamento do Parque Ibirapuera, sistema Zona Azul – R$ 5,00 por duas

horas. Dias úteis das 10h às 20h, sábados, domingos e feriados das 8h às 18h

Ônibus:

Linha 5154 – Terminal Sto Amaro / Estação da Luz

Linha 5630 – Terminal Grajaú / Metrô Bras

Linha 675N – Metrô Ana Rosa / Terminal Sto. Amaro

Linha 677A – Metrô Ana Rosa / Jardim Ângela

Linha 775C/10 – Jardim Maria Sampaio / Metrô Santa Cruz

Linha 775A/10 – Jd. Adalgiza / Metrô Vila Mariana

O Auditório Ibirapuera não possui estacionamento ou sistema de valet. O estacionamento do Parque Ibirapuera é Zona Azul e tem vagas limitadas. Sugerimos que venha de táxi ou transporte público

Horários da bilheteria:

Sextas-feiras e sábados, das 13h às 22h

Domingos, das 13h às 20h

Ingressos

Sistema Ingresso Rápido, pelo site www.ingressorapido.com.bre pontos de venda espalhados por todo o Brasil.

Formas de Pagamento: American Express, Visa, MasterCard, Dinners Club, Aura, Hipercard, Elo, Vale Cultura Sodexo e Vale Cultura Ticket, todos os cartões de débito e dinheiro. Não aceita cheques.

O serviço de reservas pelo site do Auditório está suspenso temporariamente para adequação ao aumento da demanda e melhor atendimento ao usuário.

Meia Entrada:

– Estudantes: apresentar na entrada Carteira de Identidade Estudantil.

– Professores da Rede Estadual, Aposentados e Idosos acima de 60 anos: apresentar RG e comprovante.

– Menores de 12 anos, acompanhados pelos pais, têm direito a 50% de desconto do valor da inteira, quando Censura Livre.

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