O Governo de Cuba afirmou nesta sexta-feira que são “falaciosas” as acusações de racismo feitas nesta semana por aproximadamente 60 líderes e intelectuais americanos negros contra a ilha.
Do Terra
Um comunicado distribuído por veículos de comunicação oficiais afirma que as acusações são “delirantes”. Os dirigentes negros disseram que, em Cuba, ainda persiste um “insensível desprezo” e que há restrição das liberdades civis “por razões de raça”.
O comunicado, assinado por oito funcionários e intelectuais ligados ao Governo de Havana, afirma que os críticos americanos tentaram impor “uma imagem distorcida da sociedade cubana contemporânea”, apoiados pelos “círculos políticos mais intolerantes e pelos veículos de comunicação mais poderosos”.
O documento destaca ainda que, com as acusações, “fica evidente a intenção de somar respeitáveis vozes da comunidade afro-americana à campanha anticubana, que pretende destruir nossa soberania e identidade”.
Para negar que exista racismo hoje na ilha, as autoridades lembram que “mais de 350 mil voluntários cubanos combateram junto a seus irmãos africanos contra o colonialismo” há décadas, e que “mais de dois mil combatentes de Cuba morreram naquele continente”.
“Uma personalidade de indiscutível destaque no contexto internacional, (o líder sul-africano) Nelson Mandela, reconheceu o papel desses voluntários na quebra definitiva do regime do apartheid”, destaca o documento.
Entre os americanos que denunciaram que há racismo em Cuba estão o ex-pastor Jeremiah Wright, da Igreja que Barack Obama frequentava em Chicago, e Cornell West, professor da Universidade de Princeton.
A réplica de Havana foi assinada, entre outros, pelo escritor Miguel Barnet, presidente da União de Escritores e Artistas (ligada ao governo), e a poetisa negra Nancy Morejón, presidente da Associação de Escritores de Cuba.