O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, se viu ontem em meio a uma nova polêmica nas recentemente conturbadas relações com os EUA ao ter de ir a público rejeitar comentário do seu cunhado a uma rádio israelense chamando o presidente Barack Obama de antissemita.
Em uma entrevista à rádio do Exército, Hagai Ben-Artzi disse que Obama “odeia os judeus”, e tanto Netanyahu quanto o povo de Israel também não gostam do presidente americano.
“Quando um presidente dos EUA é antissemita, é um teste para nós. Temos de dizer: Não cederemos. Somos uma nação de 4.000 anos, e você [Obama] em um ano ou dois será esquecido. Quem lembrará de você? Jerusalém vai durar para sempre”, disse, segundo o “Haaretz”, ao cobrar resistência à pressão dos EUA contra construções anunciadas na cidade.
O premiê israelense disse, em nota, se opor “firmemente” às palavras de Ben-Artzi. “Eu tenho grande apreço pelo compromisso do presidente Obama com a segurança de Israel, expressado em várias ocasiões.”
O ruído é mais um ingrediente no princípio de crise que se instalou nas relações entre os dois aliados desde que Israel anunciou na semana passada, durante a visita oficial do vice-presidente Joe Biden, a construção de 1.600 apartamentos novos em Jerusalém Oriental.
O anúncio abortou conversas indiretas entre Israel e palestinos sob a mediação dos EUA
Nas primeiras declarações sobre o atrito, Obama disse em entrevista à TV Fox News ontem que ações recentes de Israel “são prejudiciais” ao processo de paz, mas negou que haja crise na relação bilateral.
Fim do bloqueio
Ontem, Israel levantou o bloqueio à entrada em Jerusalém pela Cisjordânia e à esplanada da mesquita de Al Aqsa. As medidas haviam sido tomadas no fim de semana para a reabertura de uma antiga sinagoga, contra a qual grupos palestinos haviam convocado “dia de ira”.
Fonte: Folha de S.Paulo