Debate sobre racismo domina entrevista na véspera de City x Tottenham

Técnicos e jogadores das equipes falaram sobre preconceito de torcedores na Europa

Da Veja 

 

O jogador Raheem Sterling, do Manchester City, durante coletiva de imprensa – 08/04/2019 (John Sibley/Action Images/Reuters)

Tottenham e Manchester City se enfrentam na próxima terça-feira, 9, pelas quartas de final da Liga dos Campeões. Mas o assunto do dia nas coletivas das equipes, nesta segunda-feira, 8, foi o racismo. Os atacantes Raheem Sterling, do City, e Son Heung-min, do time londrino, comentaram sobre o preconceito que sofreram na Europa.

“Já sofri ataques racistas na Inglaterra. Acredito que a melhor reação é não reagir. Somos humanos jogando futebol, não importa de qual país você veio. Precisamos apenas proteger os atletas que sofrem racismo e o mais importante é lutar juntos contra isso”, desabafou o sul-coreano Son.

A discussão veio à tona depois que torcedores de Montenegro cantaram músicas racistas para Sterling e Danny Rose durante a partida contra a Inglaterra, na última segunda, pelas Eliminatórias da Eurocopa, vencida pelos ingleses por 5 a 1. Sterling provocou depois de marcar o último gol da equipe e Rose criticou a falta de punições aos fãs racistas.

“Não acho que eu possa fazer tanta diferença. Isso (racismo) é algo que acontece desde antes do meu nascimento. Hoje posso usar a minha voz quando acontece algo comigo ou com alguém próximo. Não pretendo ser um líder, mas apenas criar uma conscientização”, disse Sterling, vítima de racismo nas últimas temporadas.

Pep Guardiola, treinador do City, se mostrou decepcionado por o racismo ainda ser pauta neste século. “É difícil entender como no século XXI ainda discutimos sobre esta questão. Tudo que posso dizer é que as atitudes de Sterling e Rose devem ser seguidas. É preciso lutar todos os dias para erradicar o racismo e criar uma sociedade melhor”.

O técnico Mauricio Pochettino, do Tottenham, saiu em defesa, também, das pessoas que não têm o poder da fama como os jogadores. “Dói mais saber que existem pessoas que não podem dizer que são atacadas por serem diferentes. Me solidarizo com Sterling e Danny (Rose), mas eles têm poder porque são famosos. E quanto às pessoas que só podem ir para casa e chorar?”, questionou.

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