Depois de 12 Anos de Escravidão, Steve McQueen prepara filme sobre Paul Robeson

Depois de ter levado 12 anos escravo ao cinema, o realizador britânico Steve McQueen confessou durante uma cerimónia em Nova Iorque que o seu próximo filme seria em torno do ator, cantor, escritor e ativista americano dos direitos políticos e civis, Paul Robeson.

por   no C7nema

Filho de um homem que escapou à escravatura, o jovem Paul Robeson abandonou uma carreira jurídica depois de experenciar o racismo no trabalho, embarcando então numa carreira de ator e cantor, que lhe rendeu a fama mundial. Robeson foi o primeiro ator negro a interpretar o Otelo, de Shakespeare, na Broadway e é considerado por muitos o responsável por abrir as portas a outros atores negros, tais como Sidney Poitier e Harry Belafonte. As Minas de Salomão (1937), Abgenação (1940) e Seis Destinos (1942) foram alguns dos filmes em que participou no cinema.

No auge de sua fama, Robeson decidiu tornar-se um ativista político contra o fascismo e o racismo. Durante a era McCarthy nos EUA, Robeson foi denunciado como comunista, colocado na lista negra dos estúdios de cinema e das salas de concerto. Segundo a Wikipedia, o arquivo de Paul Robeson no FBI é, até hoje, um dos mais extensos já produzidos para um membro do meio artístico. Como consequência, foi-lhe recusado um passaporte para viajar para o exterior e apesar de ter sido reintegrado em 1958, a sua carreira – juntamente com sua saúde mental – foram severemente afetadas.

paul-robeson
Paul Robeson

McQueen, que afirmou que este era o filme que queria fazer depois de Fome (2008), disse ainda à audiência que descobriu Robeson aos 14 anos, através de um vizinho que lhe costumava dar livros e recortes de peças jornalísticas. Num desses recortes, era descrito como um negro estava no País de Gales e foi cantar com uns mineiros: «Eu tinha uns 14 anos de idade e não sabia quem era Paul Robeson. Este negro norte-americano no País de Gales? Parecia algo estranho. Só depois descobri que este homem era um ser humano incrível».

Nenhum detalhe extra, como data para o início dos trabalhos, ou elenco, foi avançado pelo realizador.

+ sobre o tema

Angolano morto a tiro no Brasil, à frente da filha de três anos

Walter Etna Duvall (na foto), angolano residente no Brasil...

Felwine Sarr na luta pela representação de África

Os africanos devem dominar a narrativa sobre si próprios...

África exige da Europa restituição de tesouros roubados

Na França, há entre 4.500 e 6.000 objetos que...

para lembrar

Com filme novo, Spike Lee fala de seu jeito de fazer cinema

"Cara, se você não pode apostar em si mesmo,...

Espanhóis exaltam ‘renascer’ de Ronaldinho no Atlético-MG

  Um dos principais jornais esportivos da Catalunha, o Sport...

Amigos e admiradores de Ellen Oléria revelam verdadeira devoção na torcida

Quando ouviu Ellen Oléria cantar Maria Maria, João Gabriel...

FUNK BRASIL – 40 Anos de Baile

Cultne registrou o musical inédito, "Funk Brasil 40 anos...
spot_imgspot_img

Casa onde viveu Lélia Gonzalez recebe placa em sua homenagem

Neste sábado (30), a prefeitura do Rio de Janeiro e o Projeto Negro Muro lançam projeto relacionado à cultura da população negra. Imóveis de...

No Maranhão, o Bumba meu boi é brincadeira afro-indígena

O Bumba Meu Boi é uma das expressões culturais populares brasileiras mais conhecidas no território nacional. No Maranhão, esta manifestação cultural ganha grandes proporções...

Ari Cândido, o primeiro fotojornalista negro de guerra do Brasil

“A fragilidade gelatinosa do seu pré-roteiro acumula situações sempre previsíveis ou simplesmente gratuitas (…) os truques ginasianos e absurdos de sua sinopse, o equívoco...
-+=