Entidades querem reformas estruturais para combater o racismo, defendem a desmilitarização da polícia e o direito de expressão das religiões de matriz africana
Da Radioagência Brasil de Fato
Em todo o Brasil, entidades e organizações do movimento negro saem às ruas nesta quinta-feira (20), Dia Nacional da Consciência Negra. A data celebra o legado de Zumbi do Palmares, símbolo da luta contra o racismo e por uma sociedade livre e igualitária.
Após mais de 126 anos da abolição, negros no Brasil ainda enfrentam muitos obstáculos para a plena igualdade. Para o movimento negro, o racismo é estrutural e continua impregnado na sociedade brasileira, apesar das conquistas de importantes políticas públicas de inclusão e igualdade racial.
O movimento denuncia o genocídio da juventude negra por forças policiais, as intervenções urbanas que isolam as periferias das grandes cidades e a pouca presença de negros nos espaços institucionais do Estado.
A 11ª Marcha da Consciência Negra defende sete eixos de mudanças necessárias para que o combate ao racismo avance no país. Entre os pontos estão a reforma política por meio de uma constituinte do sistema político, a democratização comunicação, a desmilitarização da polícia e a destinação de mais recursos para políticas de inclusão racial.
O movimento defende ainda a implantação de leis antirracismo, o direito de expressão das religiões de matriz africana, o combate ao machismo e o fim da violência contra a mulher negra.
Em São Paulo, a concentração acontece às 11h no vão livre do MASP, na Avenida Paulista.