Diáspora Africana na Juventude: Cultura e Diversidade

Por Heliana Vilela

 

No âmbito das comemorações do Ano Internacional da Juventude, realizou-se no Sábado passado na Pousada de Juventude de Almada, o II Fórum Nacional de Jovens Descendentes de Imigrantes e da Diáspora Africana sob o tema “Cultura e Diversidade”. Nesse evento inaugurou-se o Centro Euro-Africano de Juventude.

A criação da Pousada de Juventude de Almada veio complementar a rede nacional de Turismo Juvenil, num edifício construído de raiz, colocando à disposição dos jovens mais uma estrutura com capacidade de 124 camas e outras valências que contribuíram para a promoção do intercâmbio e da mobilidade dos juvenil, é um dos melhores miradouros sobre Lisboa.

A Pousada de Almada, foi desde a sua criação, palco privilegiado e abrigo preferencial de um conjunto de actividades nacionais e internacionais emblemáticas, fazendo desta pousada um lugar que há muito entrou no imaginário do movimento juvenil nacional e internacional. Neste local tiveram particular destaque encontros relativos à cooperação Juvenil Euro Africana, da Lusofonia e da Diáspora Africana, sendo vários os processos juvenis que tiveram início nesta Pousada em 1998 com as reuniões Comité Executivo do Fórum da Juventude da CPLP, e do Comité internacional preparatório do Terceiro Fórum Mundial da Juventude do sistema das Nações Unidas. (CNJ, Fórum da Juventude da CPLP) do Comité internacional preparatório do Festival Mundial da Juventude e do Festival Mundial da Juventude da Costa da Caparica, foi do ponto de vista da mobilização juvenil e da sua diversidade a mais participada das actividades Juvenis Euro- Africanas ate hoje. (GAEP-SEJD).

Este II Fórum Nacional de Jovens Descendentes de Imigrantes e da Diáspora Africana organizado pelo Instituto Português da Juventude e o Conselho Nacional da Juventude em parceria com o Centro Norte Sul do Conselho da Europa e a ADYNE – African Diáspora Youth Network in Europe e com o apoio do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural – ACIDI, promoveu a participação activa dos jovens descendentes da Diáspora, contribuindo para a criação de um espaço de diálogo entre as organizações de juventude de imigrantes e da diáspora africana em Portugal e outras organizações com experiência em projectos relacionados com o tema da imigração, de forma a maximizar o envolvimento e compromisso dos jovens na promoção de uma cidadania activa.

Já em 2007, com vista à criação de uma plataforma de diálogo e cooperação permanente entre as organizações de juventude de África e da Europa e no quadro da Presidência Portuguesa da União Europeia, realizou-se a Cimeira de Juventude África/Europa, onde se reforçou a cooperação juvenil euro africana. Esta é a mensagem dos jovens participantes, organizações de estudantes e associativas, com o objectivo de melhorarem as relações África/Europa, empenhados a envolver os jovens e as organizações de juventude, como actores da construção da paz, democracia e direitos humanos, numa consulta aberta, ampla e inclusiva promovendo o debate entre as diferentes organizações e a sua inserção na sociedade portuguesa. Contribuindo para o “reconhecimento da importância da participação dos jovens da diáspora e das organizações de juventude na definição e implementação das políticas de juventude no âmbito da cooperação euro africana e do desenvolvimento local”.

Mas o que é a Diáspora Africana? Diáspora Africana foi o movimento dos africanos e seus descendentes para lugares em todo o mundo – sobretudo para as Américas, e também para a Europa, Oriente Médio e outros lugares ao redor do globo. O termo tem sido historicamente aplicado em especial para os descendentes dos africanos que foram escravizados e embarcados para as Américas através do comércio atlântico de escravos, com a maior população no Brasil. Nos tempos modernos, também é aplicada aos africanos que emigraram do continente a fim de procurarem educação, emprego e melhor vida para si e para os seus filhos. As pessoas de África subsariana, incluindo muitos africanos, o número de pelo menos 800 milhões na África e mais de 140 milhões no Hemisfério Ocidental, representam cerca de 14% da população do mundo. Só em 2009 estavam registados no nosso país cerca de 270 000 mil.

Acredita-se que essa diáspora tem o potencial para revitalizar a África. E jovens empreendedores, associações juvenis e estudantis, ONG´s trabalham o empreendedorismo social como uma ferramenta a ser utilizada pela diáspora Africana a fim de melhorar o seu continente e contribuindo para a união e fortalecimento de relações e contributos no que respeita a politicas de juventude.

Num pensamento que deve sentir cada vez mais global, pois as fronteiras físicas já não existem e porque a cada dia construímos a história, é importante que todas as faixas etárias se envolvam nestes processos para que os jovens em conjunto com a entidades governamentais intervenham e façam parte de um conjunto de respostas e processos que afectam o desenvolvimento sustentável de todos/as.

 

Fonte: Satúbal na Rede

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