Dilma: acordo com o Irã projeta Lula como líder mundial

Numa entrevista à rádio CBN, ancorada pelo jornalista Heródoto Barbeiro, na manhã desta segunda-feira (17), a pré-candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, declarou que o presidente Lula “marcou um gol” ao fechar o acordo entre Brasil, Irã e Turquia para a troca de material nuclear. “Uma vitória sem a menor dúvida da diplomacia brasileira, mas sobretudo da política externa do presidente Lula”. Dilma estima que ele “tem imensa relevância nesse passo, assume relevância internacional, de líder mundial”.


Confira alguns pontos da entrevista.

 

Honduras
“O novo governo de Honduras não foi reconhecido por uma questão conceitual, de princípio. Não reconhecemos governos que chegam ao poder por golpe de Estado”.

 

Indicações políticas
A pré-candidata afirmou que as indicações de partidos políticos para agências reguladoras não são necessariamente “aparelhamento do Estado”. “Não acredito que um partido político indicar um integrante pra uma agência, significa que ele não seja competente”, defendeu. “Aqui em São Paulo, o presidente da agência de transporte é um deputado federal do PSDB. Nem por isso eu posso considerar que a gerência de transporte de São Paulo seja aparelhada”.

 

“No caso do Brasil, nós incorporamos e mantivemos os cargos de segundo escalão… A indicação política tem que preencher critérios”, arrematou. Dilma defendeu “mais engenheiros, mais técnicos, mais professores e menos auxiliares de serviço geral”.

 

Dilma x Miriam
Protagonista de um choque com o pré-candidato José Serra (PSDB), na semana passada, a jornalista Miriam Leitão causou o único momento em que Dilma Rousseff teve uma reação mais incisiva, ao abordar a mudança de posição da petista a respeito do corte de gastos públicos. Segundo Miriam, Dilma tinha uma posição contrária ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

 

“Nossa visão de ajuste de longo prazo ainda não estava completa. O ajuste fiscal de longo prazo é algo que você constrói…”, rebateu Dilma. “Sou integrante da junta orçamentária, todos os cortes de gastos, em 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009 foram aprovados com meu acordo. Todos os superávits primários foram aprovados com meu acordo… O único governo que perseguiu queda sistemática do endividamento foi o do presidente Lula”.

 

Interrompida pela jornalista, Dilma tentou corrigi-la: “Ah, você está falando de dívida bruta, não é? Vamos discutir por que a dívida bruta cresceu”. Outra vez cortada por Miriam, a petista atropelou: “Me desculpa, Miriam, você não está falando uma coisa correta… Você está equivocada no que diz respeito a números”.

 

Segundo a ex-ministra, o governo fez um desvio muito necessário (em gastos públicos) pra gente poder sair da crise sem maiores nem grandes consequências”.

 

Reforma da Previdência
“Se vai ter reforma da Previdência ou se se trata de ajustes… A reforma da previdência no sentido amplo apresenta algumas armadilhas… Defendo hoje que a gente ajuste a Previdênca sistematicamente… Aumentou a expectativa de vida, é uma vantagem. Mas, se ocorreu um aumento, vamos fazer ajuste… Vai ter que negociar a mudança de regras com a sociedade… Você não faz qualquer ajuste na Previdência sem dialogar com a população”.

 

Ela afirmou que outros países tiveram problemas com grandes mudanças.”A reforma apresentou armadilhas. Os países que fizeram tiveram problema com a corrida à aposentadoria.” Na semana passada, em entrevista à mesma rádio, o pré-candidato do PSDB, José Serra, defendeu a adoção da reforma do sistema previdenciário.

 

Jornada de 40 horas
Dilma afirmou que a redução da jornada de trabalho para 40 horas, proposta por centrais sindicais, não é “uma questão do governo federal”. “As pessoas têm que distinguir quem está no governo e quem está no movimento sindical”. A petista afirmou que mudança teria que ser construída “entre o movimento sindical e as associações empresariais” e não “voltar a 1930, quando o governo impunha uma política salarial”.

 

Candidata de esquerda
Ela afirmou também que é candidata com trajetória de esquerda. “Sou uma pessoa com trajetória de esquerda, agora, sou sobretudo a candidata de um projeto que mudou o modelo deste país”, disse, citando a distribuição de renda e prevendo a erradicação da miséria extrema nesta década.

 

 

Fonte: Terra

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