Diretor de jornal francês é condenado a prisão por racismo contra Christiane Taubira

O diretor do jornal de extrema-direita Minute foi condenado a dois meses de prisão com direito a fiança, além de uma multa de 10 mil euros, pela publicação de uma capa comparando a ministra da Justiça, Christiane Taubira, que é negra, a um macaco. Em primeira instância, o Tribunal de Paris havia determinado apenas que Jean-Marie Molitor pagasse a multa, mas a promotoria achou a pena leve demais e entrou com recurso.

entenda o caso: Revista francesa é multada por racismo

no RFI

Em sua edição de 13 de novembro de 2013, o jornal publicou uma foto da ministra, com o título: “Maldosa como uma macaca, Taubira reencontra a banana”. O tribunal julgou também um cartunista do jornal, David Miège, que assina uma charge publicada na mesma época. Nela, um macaco chora e um advogado, a seu lado, declara: “Meu cliente entra com uma ação por ter sido odiosamente caricaturado como a senhora Taubira”.

Miège foi considerado inocente, mas a advocacia geral também recorreu, exigindo prisão e multa de 5 mil euros contra o diretor do jornal e 2 mil contra o desenhista. O juiz apreciará o recurso no dia 17 de setembro.

Racismo recorrente

Pouco tempo antes dessas publicações, Chrstiane Taubira havia sido vítima desse mesmo tipo de injúria racista, em duas ocasiões diferentes. A primeira foi durante uma manifestação contra o casamento homossexual.

A outra partiu de uma ex-candidata da Frente Nacional (partido de extrema-direita), que compartilhou no Twitter uma charge com uma caricatura da ministra no corpo de um macaco. Anne-Sophie Leclère, que concorreu às eleições municipais de 2012 na região de Ardennes (norte), foi condenada a nove meses de prisão em regime fechado por um tribunal da Guiana Francesa, depois de denúncia de um partido guianense. Leclère entrou com recurso e aguarda a decisão, que será anunciada no dia 22 de junho.

Naquela ocasião houve uma onda indignação pelo país e a ministra denunciou “a extrema violência” desse discurso, “que nega (às vítimas) o direito de pertencer à espécie humana”. “Eu aguento o choque, mas é violento para meus filhos, meus amigos e todos aqueles que são diferentes”, completou Taubira.

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