Diretórios regionais do PV já decidiram quem apoiarão no segundo turno

A opção por liberar os votos no segundo turno, decisão que deve prevalecer na convenção nacional do PV marcada para o próximo domingo, já mobiliza apoios locais a Dilma Rousseff (PT) e a José Serra (PSDB). Em muitos estados, antes mesmo da convenção, as direções regionais do Partido Verde definiram com quem estarão na etapa final da disputa pela Presidência da República. Esse apoio deve ser feito sem o uso oficial da sigla do partido e estará liberado a partir da próxima semana caso se confirme, na reunião de domingo, a opção pela neutralidade (sem declaração de apoio a Dilma ou a Serra).

O Correio apurou que boa parte das regionais do PV já tem um rumo definido para o segundo turno, posição reforçada depois da reunião da executiva nacional na quarta-feira. No encontro de 53 membros da executiva, em Brasília, ficou definido que o partido e a ex-presidenciável Marina Silva terão uma mesma posição sobre o apoio na disputa presidencial. A tese da “independência”, termo que passou a ser utilizado pelos verdes, ganhou ainda mais espaço, o que reforçou apoios locais já desenhados nos estados.

Na Região Sudeste, o PV de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro estará com Serra caso a convenção do partido libere os apoios locais. No Espírito Santo, a legenda apoiou o governador eleito, Renato Casagrande (PSB), e deve ficar ao lado de Dilma, a exemplo do governador. Os verdes estão com os petistas na maioria dos estados do Nordeste, mas há grupos ligados a Serra. Já houve declarações de apoio ao tucano bem antes da decisão de realizar uma convenção nacional. É o caso do deputado federal Luiz Bassuma, que disputou o governo da Bahia. Fernando Gabeira, derrotado na briga pelo governo do Rio de Janeiro, também já manifestou apoio a Serra. “As posições de Gabeira e de Bassuma são pessoais, não representam a posição do partido”, afirma o coordenador regional do PV Fernando Guida, responsável pela região que engloba Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Nas regiões Norte e Centro-Oeste, o partido está mais dividido. O partido apoia Dilma no Pará e no Acre. “Por aqui, a neutralidade não afeta ninguém”, diz o coordenador do PV na região amazônica, José Carlos Costa Lima. Ele é um dos integrantes da legenda com direito a voto na convenção do próximo domingo e decidiu que votará pela neutralidade. “Defenderei que o PV libere os dirigentes para estarem com quem quiserem.” No centro do país, há situações díspares: em Goiás, a sigla deve marchar com Serra; no Distrito Federal (DF), com Dilma. “Esses apoios regionais não serão apoios institucionais. O mais importante é que o PV permaneça unido”, afirma Eduardo Brandão, derrotado na disputa pelo Governo do DF. Ele declarou apoio ao petista Agnelo Queiroz.

A Região Sul é a mais neutra nesse processo. Mesmo em caso de liberação para apoios nos estados, o PV de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul deve permanecer neutro na disputa presidencial, segundo Maurício Brusadin, coordenador do partido na região. No Paraná, o partido está mais próximo do PT e do PMDB de Roberto Requião.

Para Brusadin, uma declaração de Dilma ou de Serra sobre a incorporação das propostas de governo sugeridas por Marina pode mudar os rumos da convenção do PV. A petista e o tucano receberam oficialmente o documento formulado pelos verdes na segunda-feira. Entre as propostas estão a revogação das mudanças feitas no Código Florestal Brasileiro, aprovadas por uma comissão especial da Câmara dos Deputados, e o desmatamento zero dos biomas brasileiros. Tanto Dilma quanto Serra têm dificuldades de fazer essas promessas por acharem que as medidas são um freio ao desenvolvimento da agropecuária. “Eles não sinalizaram nada ainda. Tenho certeza de que vão se posicionar até o dia da convenção”, reitera Fernando Guida, um dos coordenadores regionais do PV.

DEFINIÇÕES LOCAIS

Dirigentes do PV nos estados se organizam para declarar apoio a Dilma Rousseff (PT) ou a José Serra (PSDB) caso se confirme a opção nacional pela neutralidade. Confira as decisões já tomadas:

Região Sudeste
O partido estará com Serra em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. No Espírito Santo, o PV é muito próximo ao governador eleito, Renato Casagrande (PSB), que faz campanha para Dilma.

Região Nordeste
Na maioria dos estados, os verdes estarão com Dilma. Mas há tendências de apoio a Serra, como na Paraíba e em Pernambuco. O candidato derrotado ao governo da Bahia, Bassuma, declarou apoio ao tucano.

Região Centro-Oeste
Há divisões de apoio. Em Goiás, o PV ficará com Serra. No Distrito Federal, com Dilma.

Região Sul
Nos três estados do Sul, a neutralidade, sem apoio a nenhum dos dois candidatos, poderá ser também o rumo das decisões locais.

Região Norte
As lideranças defendem a neutralidade em nível nacional, mas, em nível local, há preferência por Dilma, como é o caso do PV no Acre e no Pará.

Fonte: Correio Braziliense

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