Em meio à onda de protestos antirracistas que ocorrem nos Estados Unidos e se espalham pelo mundo, algumas manifestações preconceituosas começam a ganhar notoriedade. Presidente e proprietária do Los Angeles Lakers, a executiva Jeanie Buss foi às redes sociais para divulgar uma carta que recebeu, cujo conteúdo é discriminatório e ofensivo.
O autor ainda assinou como Joe, cujo sobrenome foi rasurado na foto pela própria executiva. O homem se diz torcedor da franquia de Los Angeles há 60 anos e, em tom desrespeitoso e criminal, sugere que a dona da equipe se junte a Kobe Bryant no inferno. O astro, campeão da NBA com os Lakers por cinco vezes, morreu em acidente de helicóptero em janeiro, que tirou a vida também de sua filha Gianna, de apenas 13 anos, e de outras sete pessoas.
“Cara, p… Depois de 60 anos como um grande fã dos Lakers, eu agora digo para o inferno com os n… superfaturados traidores e à NBA”, relata o conteúdo da carta, em tradução livre. “Vá para o inferno e se junte ao n…, Kobe Bryant”. Por fim, assinou. Além de ocultar o sobrenome do autor, Buss ainda fez questão de censurar palavras racistas usadas por ele ao se referir a Bryant e a outros jogadores negros da equipe.
Em sua publicação, a dirigente disse que pensou muito antes de tornar pública a carta e seu conteúdo, que foi entregue a ela na última segunda-feira. A dona dos Lakers ainda fez questão de se dirigir pessoalmente a Joe, contestando o autor e ainda agradecendo-o por ter acrescentado seu endereço para o retorno da mesma.
“Depois de muita reflexão, eu decidi compartilhar essa carta que eu recebi na segunda-feira, para que todo mundo possa ver que o ódio é real e está solto por aí. Isto está acontecendo em nosso mundo hoje. É real e é existente”, escreveu Buss na publicação em seu Instagram.
“A Joe: Enviar essa carta fez você se sentir melhor? Realmente tudo o que você fez foi desperdiçar seu tempo, e energia e seus selos postais. (Mas te agradeço por incluir seu endereço residencial para retorno). Porque você não se olha no espelho e vê a sua feiura, pois eu me recuso. Eu tenho recebido cartas como esta ao longo dos anos. O conselho que eu sempre tenho? Apenas ignorar. Eu faço. Mas não mais. Neste dia, Juneteenth (19 de junho é Dia da Emancipação nos Estados Unidos) eu peço aos meus amigos que se juntem a mim, reconhecer o racismo existente em nosso país e em todo o mundo e comprometer-se a parar de ignorá-lo. Todos devemos fazer melhor”, completou.