Sindicato dos professores sai em defesa de minorias depois que governador manda recolher material de ensino por não aceitar ‘ideologia de gênero’
São Paulo – “Inaceitável é um LGBT ser morto a cada 20 horas no Brasil” – assim a deputada estadual de São Paulo e presidente da Apeoesp, Maria Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel, reagiu à atitude do governador do estado, João Doria, de recolher material didático do 8º ano da rede pública estadual de Educação que, segundo ele, continha um “erro”.
Esse “erro” estaria em um texto que explicava as diferenças sobre “sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual”. Doria, no Twitter, ainda afirmou que não aceitava “apologia à ideologia de gênero”.
A deputada questionou a ação: “Caro governador, inaceitável é um LGBT ser morto a cada 20 horas no Brasil. Inaceitável é a desigualdade entre homens e mulheres persistir. Inaceitável é o feminicídio, que no país tem um taxa 74% superior à média mundial. Discutir a diversidade é preparar gerações para um futuro sem ódio.”
No mesmo dia o presidente Jair Bolsonaro, em manifestação nas redes sociais, comunicou que determinou ao MEC a preparação de um “PL que proíba ideologia de gênero no ensino fundamental”.
“A ideologia de gênero nem sequer existe. Doria e seu ídolo Jair Bolsonaro utilizam essa expressão na tentativa de confundir a população e privá-la do direito ao conhecimento, ao debate e à vida em uma sociedade em que diversos grupos se relacionam de maneira respeitosa e na plenitude de seus direitos”, afirma a professora Bebel.